
Sendo este um espaço de marés, a inconstância delas reflectirá a intranquilidade do mundo.
Ficar-nos-á este imperativo de respirar o ar em grandes golfadas.
Abril, sempre!

Quando se fala em Abril (em 2019)
quando se fala em Abril
nos dias que vão correndo
há quem abra muito os olhos
no assombro de angústias mil
quem semicerre os sobrolhos
como quem diz «não entendo…»
e as portas que abriu Abril
em torpor se vão fechando
entre uma biquinha curta
ou marés de ignorância
sempre havendo atrás da porta
alguns esgares de arrogância
quem sabe da Liberdade?
quem quer saber de ser livre?
quem quer ter voz na cidade?
(ai-jesus-e-deus-nos-livre!…)
quem quer trazer um poema
por achar que vale a pena?
e também algum amigo
e entre ambos descobrirem
que vai além do umbigo
o concerto do universo
e porventura assumirem
a transcendência de um verso
dito a dois como se em coro
e duas vozes são mil
já num abraço fraterno
combatendo o desconsolo
ao descobrir sempre Abril
mal nos acaba o inverno.
E palavras não eram ditas, eis que uma querida amiga me dá conta de que, também num seu canteiro, floriu um cravo, este de 24 para 25, que ela me presenteou em belíssima fotografia que partilho:
– Jorge Castro
25 de Abril de 2019
afinal, em Portugal, falamos que língua?
Tenho um empenho antigo em Banda Desenhada. Nada difícil de explicar a quem partilhe este mesmo interesse, ainda que algo estranho para o resto do mundo, posso admitir.
Mas, por esse empenho, foi com alguma expectativa que acolhi o anúncio do lançamento, no passado mês de Março, de uma enorme (82 volumes) edição do Príncipe Valente sob patrocínio da Planeta deAgostini. Ei-la, com direito a publicidade gratuita e tudo.

Durou-me pouco o entusiasmo, pois logo após a aquisição do primeiro número tropecei com a seguinte informação:
«A Planeta deAgostini está a distribuir em Portugal a Colecção “Príncipe Valente” em português do Brasil, já a partir deste mês de Março.» (O itálico é meu).
Eu nem sei se é pela existência e pelas alegadas justificações do desconchavado «Acordo Ortográfico» que sempre me pareceu ser uma cedência envergonhada (e vergonhosa) ao tal «português do Brasil», que se me esverdeou mais a bílis…
Mas, em Portugal, berço da língua portuguesa, lançar uma publicação desta envergadura em «português do Brasil» levanta-me, de imediato e entre várias outras, uma pequena e mesquinha questão: quantas publicações já foram lançadas, no Brasil, pela Planeta deAgostini em português de Portugal?
Esta questão – que alguns rotularão apressadamente de xenófoba, sem que isso me preocupe, aliás – prende-se com aquela outra da existência de diversos repórteres de exteriores, nomeadamente da SIC, que, sendo cidadãos brasileiros, ostentam orgulhosamente o seu sotaque, mais ou menos cerrado, na produção de informação, ocasional, embora, mas em horário nobre.
Aqui, a questão que se me coloca – obviamente com a mesma dimensão de mesquinhês da anterior – é a seguinte: porque não ouço algum sotaque nortenho ou o alentejano ou, ainda, o mirandês – este por maioria de razão e direitos de cidadania, se assim se pode colocar a coisa… – nesta mesma estação televisiva?
Será que estamos em presença de um assumido movimento colonizador ou é apenas a mera parolice do costume, de subserviência perante «o que é de fora»? Tendo a considerar que se trata de uma mistura de ambos os componentes, em que ressalta a força do poder económica sobre tudo e sobre todos, onde as «quintas colunas» desempenham o seu papel do costume?
(Alguém se lembra, ainda, do que eram as «quintas colunas»? Eis mais uma prova de como estou a ficar antigo…)
25 de Abril de 2019 – passados 45 anos de 1974…
Com a devida vénia, aqui reproduzo o comunicado evocativo do 45º aniversário de Abril de 1974, publicado pela Direcção da Associação 25 de Abril
Nos 45 anos do 25 de Abril, a Associação 25 de Abril evoca a Revolução dos Cravos, não só para lembrar o sucedido – a ruptura e a construção, a aventura e a epopeia, o acalentar dos sonhos cheios de esperanças –, mas também para, teimosamente, continuar a demonstrar que há utopias por que vale a pena lutar, por mais que se tropece muitas vezes com as realidades.
A festa foi bonita, durou menos do que o desejado, mas muito se conseguiu, na construção de um País mais livre, justo e solidário.
Portugal pode não ser o que ambicionámos e sonhámos, muitos avanços sociais acabaram por ruir, mas… muito ficou se compararmos com o ponto de partida.
A Liberdade, a Democracia e a Paz continuam a ser uma realidade!
Queremos mais?
Certamente!
Momentos houve em que o Portugal de Abril parecia ir sucumbir aos próceres das ideias anti-sociais, de defesa de minorias privilegiadas em detrimento da grande maioria da população.
Foi com a Liberdade conquistada e mantida que, através da Democracia (com enormes defeitos, mas preferível a qualquer ditadura), vencemos esses mercenários da desgraça.
45 anos depois, porque continuamos na luta por manter e aprofundar os valores de Abril, queremos aproveitar as Comemorações para, aprendendo com o passado, recuperar o espaço perdido e avançar na construção de um País mais livre, mais democrático, mais justo, mais solidário, um País sempre e cada vez mais de Abril.
É hoje consensual que o 25 de Abril de 1974, como acto único na História Universal, contribuiu decisivamente para a afirmação de Portugal no concerto das Nações.
Hoje, passados 45 anos, constatamos que o 25 de Abril é para a generalidade dos portugueses, seja no território nacional, seja no estrangeiro, nas inúmeras comunidades portuguesas que formam a nossa Diáspora, um forte factor de consciencialização e valorização do ser Português, da afirmação da nossa identidade e da nossa nacionalidade. O 25 de Abril é para os portugueses um factor de afirmação dos valores democráticos da Liberdade e de respeito pelos valores humanos.
Por isso os que quebraram as correntes da ditadura, resgataram a Liberdade, abriram o caminho ao fim de uma guerra sem sentido e à Paz e viram o povo português envolver-se profunda e entusiasticamente no processo de reconstrução da felicidade, não desistem e teimam em manter viva a esperança de um mundo capaz de recusar os novos ditadores, usurpadores das liberdades do povo, que cada vez mais vêm pondo as garras de fora, por esse mundo fora.
Sabemos que a memória dos povos é curta. Que face a novas dificuldades, rapidamente esquecem as anteriores desventuras e as acções que lhes puseram cobro.
Assistimos ao grassar de populismos que tentam aproveitar-se das dificuldades existentes e da impossibilidade de as ultrapassar de um dia para o outro. Aproveitando-se da impaciência de quem sofre e anseia por curativos que tardam.
Também porque aconteceu Abril, e com ele esconjurámos o espectro do medo, Portugal continua a não ser presa fácil para esses populismos que, é bem visível, nos levariam ao caos e a novas ditaduras se tivessem sucesso.
Convictos de que será com Abril e com o aprofundamento dos seus valores que conseguiremos manter e aprofundar uma sociedade livre, democrática, justa e em paz, tudo faremos para que os nossos governantes continuem a resistir às enormes pressões que os falcões não abdicam de praticar.
Continuando uma política de defesa da justiça social, que se quer cada vez mais efectiva, mantendo a Liberdade e a prática da Democracia nas suas diversas vertentes, que se impõe aprofundar, perseguindo uma política que promova a Paz, cada vez mais periclitante, continuaremos a construção do Portugal de Abril, um Portugal soberano, baseado na dignidade da pessoa humana e na cidadania, com uma sociedade livre, justa e solidária!
Esse continua a ser o nosso ideal, pelo qual não desistiremos de lutar com determinação. Convictos de que, não desarmando, todas e todos em conjunto, iremos vencer!
Viva o 25 de Abril!
Viva Portugal
Lisboa, Abril de 2019
A Direcção
108ª Sessão das Noites com Poemas
com Luís Perdigão
e o Coro da Assembleia da República
Ser-se novo é ter o mundo todo pela frente. Mas ser-se novo é, também e tantas vezes, o ser capaz de ter outro modo de encarar o futuro, construindo-o, o que nos mais antigos se esmorece…
E isso pode ser – na verdade, é! – vital para que outro futuro aconteça, muito para além de algum triste fado que se espera, desesperando.
Neste sentido, na nossa próxima sessão das Noites com Poemas teremos Luís Perdigão, apresentando o seu livro de poemas E se o futuro for hoje?
O Luís Perdigão é um costumeiro companheiro das Noites com Poemas, onde não raras vezes nos surpreendeu com a sua poesia e o seu modo, tão peculiar quanto apropriado, de a dizer.
Para enriquecer a sessão, contaremos também com o Coro da Assembleia da República, dirigido pelo maestro Afonso Granjo, de quem deixo público agradecimento pela pronta disponibilidade manifestada.
Esta sessão conta com a presença de Luís Perdigão e o Coro da Assembleia da República, como ficou dito, e terá lugar no dia 29 de Março de 2018, pelas 21h30, no TEMPLO DA POESIA – PARQUE DOS POETAS, em Oeiras.
Como habitualmente, esta sessão decorre sob a égide da Espaço e Memória – Associação Cultural de Oeiras e com o apoio da Câmara Municipal de Oeiras
Semana da Poesia
Semana pródiga, esta, em homenagear poetas e seus poemas.
Já para amanhã, dia 20, pelas 18 horas, no bar Beer Hunter, em Oeiras (junto à estação de comboios), o grupo habitual dos encontros neste local, confraternizará em torno da figura do companheiro e amigo que recentemente nos deixou: Mário Piçarra.
Depois, no dia 21, terá lugar a segunda Maratona de Poesia de Oeiras, que ocorrerá em vários espaços culturais do centro histórico de Oeiras, em mais de 50 eventos, a partir das 18 horas e até às 24 horas, com organização de José Mendonça – ver mais detalhes em http://www.espacoememoria.org/21-de-marcomaratona-da-poesia-de-oeiras-2019/.
No dia 23, nas Caldas da Rainha, pelas 15 horas, também em comemoração do Dia Mundial da Poesia, terá lugar, na Biblioteca Municipal das Caldas da Rainha e com organização da Comunidade de Leitores e Cinéfilos das Caldas da Rainha um encontro de que anexo respectivo programa:
Mário Piçarra(1947-2019)
Mário Piçarra, amigo querido de longa data deixou-nos. Concluíra, recentemente, um cd com 12 temas, que dedicara a seu pai, o conhecido tenor Luís Piçarra, e à sua tia, Maria José Ramil Figueiredo, bióloga e poetisa, que teve um papel fundamental para o seu regresso à música e às canções, cd esse com o título genérico de CLARIDADE, documento primordial para apreciarmos e entendermos as suas vertentes de compositor e intérprete.
Claridade era, também, uma obra que Mário Piçarra dedicara à sua filha Clara e às duas netas, Sara e Maria, os encantos dos seus dias.
Tive a honra de escrever um dos preâmbulos deste cd, que aqui vos deixo:
Ao Mário Piçarra
De frente para o mar, num sol poente onde a linha do horizonte escurecia, de olhos postos na lonjura e na distância, uma vida atrás do olhar se embevecia.
E sorvia de uma brisa um vendaval, em cada onda o fragor de uma utopia, de um sargaço a sugestão de algum abraço e, assim, ao rés do mar, acontecia.
O Mário e o mar, de onde lhe chegam os ecos do mundo todo, sonoridades de guitarra portuguesa em simbiose com dolências crioulas, envolvidas por fragrâncias campesinas e rumores de regato montanhoso, a evocar uma canção de protesto ou um grito de humanidade.
Os amigos amou e, daí, tantas vozes se pressentirem entrecruzando a sua, melodia a melodia, poema a poema, em cadências, entoações, e sempre livre…
Eis o homem, de olhar atento e em cada dia voltando a nascer, teimosa e porfiadamente, com um novo alento de CLARIDADE.
– Jorge Castro
E se um homem é imortal enquanto a sua memória, nalgum lugar, for invocada por alguém, em nós permanecerá, então, esse preito de amizade e reconhecimento.
outro dia de aniversário
olha
fiz 67
– mas que frete!
eu pr’àqui tão no meu canto
e assim
de supetão
o calendário
quebra o encanto
e vira o meu dia ao contrário
a partir de certa altura
a criatura
ganha pouco ou quase nada
em ficar dura
enrugada
anquilosada e sem viço
o melhor
para o que venha
é não se pensar mais nisso…
– Jorge Castro
24 de Fevereiro de 2019
Venezuela – outro modo de ver a crise
Perdido (ou quase) na informação a que querem que tenhamos direito, por entre derivas autoritárias e autoproclamações mais do que duvidosas, aqui divulgo um comentário acabado de chegar ao meu conhecimento que enriquece o caleidoscópio informativo. E, talvez até, nos ajude a ter outro modo de ver. Com a devida vénia e sem comentários (desnecessários):
Romain MIGUS
amanhã, nas Caldas da Rainha,com Maria Portugal
Amanhã, dia 26 de Janeiro (sábado), na Biblioteca Municipal das Caldas da Rainha, pelas 15 horas, com o apoio da Comunidade de Leitores e Cinéfilos das Caldas da Rainha, farei a apresentação do livro Uma Palavra à Solta, de Maria Portugal.
Podem ver mais pormenores, aqui:
outra Cristina
Com a devida vénia, transcrevo o artigo de José Soeiro, in Expresso Diário, 11/01/2019, o qual subscrevo integralmente, não me orgulhando, entretanto, de ser «português aqui»…
Aconselho a leitura. Vivamente. Vale bem mais do que um infinito número de feicebuqices.
Cristina Tavares não é Cristina Ferreira. Não é da Malveira, mas de Santa Maria de Lamas. Não ganha 38 mil euros por mês, mas 600. Não começou o seu novo trabalho, mas foi vítima do segundo despedimento. Ambas têm um filho. O de Cristina Tavares tem síndrome de Asperger. Cristina Ferreira está em forma, Cristina Tavares emagreceu sete quilos por causa da perseguição dos patrões. A guerra de audiências das manhãs de Cristina Ferreira têm dado muito que falar. Da guerra movida contra Cristina Tavares e dos seus dias de sofrimento e humilhação, quanto temos falado?
Conheci pessoalmente Cristina Tavares no dia 1 de dezembro do ano passado, na sede do Sindicato dos Operários Corticeiros do Norte. Tinha acabado de receber a carta de suspensão da empresa onde trabalha desde 2009, a Fernando Couto Cortiças, SA. Cerca de um mês antes, a 28 de novembro passado, a Autoridade para as Condições de Trabalho condenou a empresa a pagar uma multa de 31 mil euros (que vão para o Estado) por assédio moral. Ontem, Cristina Tavares foi despedida pela segunda vez, em mais um episódio do processo de tortura física e psicológica de que está a ser vítima.
Em resumo, os acontecimentos. Em 2016 Cristina esteve de baixa para acompanhar o filho com deficiência, exercendo um direito que a lei lhe confere. Os patrões não gostaram e vingaram-se, inventando uma suposta “extinção do posto de trabalho” para correr com ela. Despediram-na no início de 2017. Cristina recorreu para o Tribunal, porque depende daquele salário para viver e para apoiar o filho. O Tribunal deu-lhe razão, condenou a empresa e obrigou a que a trabalhadora fosse reintegrada. Assim aconteceu. A empresa teve de cumprir a ordem judicial mas começou a tornar a vida de Cristina um inferno, com pormenores sórdidos de mesquinhez e desumanidade. Cristina passou a ter de usar uma farda diferente das colegas, por humilhação. Foi posta a fazer um trabalho improdutivo: a empilhar e a desempilhar numa palete os mesmos sacos com cinco mil rolhas, fazendo e desfazendo continuamente o mesmo trabalho.
Foi impedida de utilizar a casa de banho comum e passou a ter um WC só para ela, com uma porta de vidro que a expunha aos colegas homens e que obrigou Cristina a levar de casa um pano, que pendurava no vidro sempre que tinha de fazer as suas necessidades. Foi impedida de usar o parque de estacionamento e de falar com as colegas. Sabendo que tinha vertigens, os patrões puseram-na a trabalhar numa zona mais alta, e onde as temperaturas ultrapassavam os 40 graus, o que a fazia estar permanentemente a sangrar do nariz. Tortura, portanto.
Cristina denunciou estas atrocidades à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), e continuou a resistir. Depende daquele salário para viver e para que o seu filho viva. “É pelo meu filho que eu aguento isto tudo”, disse-nos. “O teu filho é assim, tem a doença que tem, porque tu és uma pessoa desprezível”, disse-lhe um dos administradores da empresa.
As inspetoras da ACT fizeram duas visitas à empresa e deram como provado tudo o que aqui relatei. E mais violações ainda. No auto do processo, que nos foi entregue no Parlamento, constam as fotos e os testemunhos que documentam e comprovam pormenorizadamente estas barbaridades patronais. A empresa, mesmo depois de condenada por assédio moral, continuou.
A 10 de janeiro, veio o novo despedimento por parte da empresa, fundamentado num repugnante processo disciplinar com base na alegação de que a trabalhadora, por ter falado sobre o caso, “difamou a empresa”. Mesmo sabendo que a lei proíbe sanções disciplinares com base em declarações ou factos relativos a denúncias de assédio, mesmo sabendo que um despedimento feito contra uma trabalhadora vítima de assédio é, à luz da lei, presumido como abusivo, a empresa insiste. Porquê?
Para patrões habituados ao despotismo, Cristina Tavares é um exemplo a abater, custe o que custar. Fez coisas imperdoáveis para quem acha que é dono dos outros: não aceitou o despedimento nem trocar o seu posto de trabalho por uma indemnização miserável, lutou sozinha pela reintegração que lhe era devida, usou os (poucos) direitos que a lei lhe reconhece para apoiar o filho, resistiu durante meses à humilhação. Denunciou os crimes dos patrões e não se calou.
Neste momento, a empresa aposta em três coisas para fazer vingar a sua estratégia de esmagar a Cristina e de aniquilar o seu exemplo. O tempo que os tribunais demoram até voltarem a dar razão a Cristina (e podem ser meses). A desgraça que é, para uma mãe com um filho de 21 anos que depende totalmente de si, ficar em estado de absoluta necessidade, sem salário e sem direito a subsídio de desemprego (porque a empresa alega a justa causa). E a inação ou o silêncio das instituições que têm de agir agora em defesa dos direitos humanos mais elementares.
Volto por isso à comparação entre as Cristinas. Ninguém pode fingir que não sabe deste caso. Ele tem sido noticiado por jornais e televisões, tem merecido a intervenção do sindicato e dos partidos à esquerda. É gravíssimo e é uma ofensa.
Não, não é um programa de televisão. E bem sei que, quando se fala desta parte do mundo do trabalho que não tem o brilho dos ecrãs, o Senhor Presidente tem primado pelo silêncio. Mas é a vida dela e o nosso respeito como país que estão em causa. Não acredito, por isso, que “entre uma reunião e outra” o Senhor Presidente da República não tenha tempo para um gesto para com esta Cristina. Um gesto a sério. Não apenas do “Marcelo Rebelo de Sousa”. Mas do Presidente.