Sendo este um espaço de marés, a inconstância delas reflectirá a intranquilidade do mundo.
Ficar-nos-á este imperativo de respirar o ar em grandes golfadas.
há um horizonte rasgado em chamas
– Em 2017 morreram mais de cem pessoas, em Portugal,
devido aos incêndios
há um horizonte rasgado em chamas
e um chão lavrado em lágrimas
há um clarão de noite falsa
e uma escuridão que o Sol não abre
há este torpor
esta modorra
de não saber porque se morra
assim
sem pressentir um alguém
que nos socorra
há este sangue a jorrar de forma inútil
em tons de cinza
e tanta angústia
há um pavor de fugir por ter de ser
e um terror só por ficar
e assim morrer
e cada árvore endémica
ou estrangeira
lança a estridência da seiva ardida
contra as nossas consciências permissivas
desatentas
e aborrecidas
com tanta ardência
num céu que se imaginara azul…
– Jorge Castro
17 de Outubro de 2017
há quanto tempo não publico um poema
quando tudo se incendeia…
Nem terra nem céu
nem terra nem céu
apenas cinza
só as pedras ardem sem rescaldo ou luto
e o chão estremece
sem sangue nem fruto
e o céu é de breu
do negro martírio
da brasa que foi
o mais tenro lírio
no homem crepita a vil labareda
que ateia o terror
em estreita vereda
e outro homem arde
em nexo de horror
nalgum fim de tarde
nem terra nem céu
apenas cinza
– Jorge Castro
10 de Outubro de 2017
apenas uma mensagem enfastiada…
sugestão
102ª sessão das Noites com Poemas
com Rui Malhó
sugestão – hoje – dia 11 de Setembro
sinfonia breve em nove andamentos
Convite-sugestão para hoje…
eu fui a Miranda ver as pauliteiras…
e algumas coisas mais




















































