Porque isto anda tudo ligado, aqui fica uma prova irrefutável de que a Banda Desenhada é uma arte superior, com plenos direitos de cidadania, no mundo das artes e não só…
Em 2017, continuando a saga do Astérix, agora pela mão de Jean-Yves Ferri e de Didier Conrad, foi lançado o livro Astérix e a Transitálica.
E o nome do condutor misterioso era…? E passava-se o enredo em…?
Digam-me lá se isto não é absolutamente extraordinário…!
(Cansado, muito cansado com o matraqueamento viral a que vimos estando sujeitos, dei por mim a escrever disparates, que é uma terapia de equilíbrio mental que muito prezo e muito me ajuda a sobreviver…)
– para ser cantarolado com a popular modinha Meninas, vamos ao vira…
Assisto (assistimos) incrédulo ao afã com que inúmeras autarquias nos anunciam a queima do «madeiro do Natal ou do Ano Novo», como uma espécie de ex libris de engrandecimento da terra e respectivas gentes…
E, lá está, vemos, ouvimos e lemos e, se calhar por mau-feitio pouco esclarecido, percebemos mal. Pelo menos, eu não percebo mesmo nada.
Então, eles são os flagelos dos incêndios (sempre dantescos), ele é a emissão de carbono e de gases com efeito de estufa, ele é a salvaguarda do património florestal, elas são as famílias carenciadas sem lenha para se aquecerem, porque ao preço da electricidade não chegam, e os senhores autarcas a que temos direito o melhor que lhes ocorre é incendiarem um madeiro, durante dias a fio, para engrandecimento das terras?
Valha-nos um burro aos coices, como diria um velho professor que eu tive!
Há um novo tipo de indigência, neste mundo desigual em que vivemos, que reputo do mais confrangedor, pois mexe com aquilo que é tão único e distintivo no ser humano: a memória. Há quem a perca por sistema, quando, no demais, se apresenta a qualquer observador um aspecto saudável e escorreito. É, pois, um mal insidioso, não visível, e, não obstante, causador dos maiores constrangimentos, mormente para quem assiste à manifestação pública de tal doença. Os pacientes, esses, parecem não manifestar qualquer mal-estar ou desconforto, o que – convenhamos – motiva que não tenhamos pena dos pobres coitados. Vá lá…
Não sei se as bem-aventuranças contemplavam esta maleita quando se referiam aos «pobres de espírito», mas estou em crer que não.
Segue-se um vídeo cientificamente ilustrativo, para os mais incrédulos, da dimensão deste mal da civilização, socialmente tão pungente como o hemorroidal, tão tremendo como um crédito mal parado…
Pois é… Nas deambulações matinais no esplêndido areal de Carcavelos, hoje, deu-me para a recolha de desperdícios que o mar traz à costa. E são tantos, senhores, que a melhor boa vontade se revela, rapidamente, incapaz de capaz cumprimento!
Mas, enfim, o lixo que eu retire não fica lá, como diria algum avisado senhor de la Palice. E assim foi que recolhi tanto quanto um providencial saquinho – de plástico, também, claro – me permitiu.
Pazinhas, baldinhos, brinquedinhos – como me ocorre de um pregão que ouvia na infância balnear -, tudo por ali pulula, ponteado profusamente por tampinhas, restinhos de redes e fiozinhos de pesca e miríades de pauzinhos de cotonetezinhas. Um verdadeiro bazar a céu aberto, do qual se diria que apetece basar quanto mais depressa melhor…
Chegado a casa, despejado o espólio da caçada de uma escassa meia-hora passada no areal, falta, ainda, separar os lixos vários, mormente as tampinhas que servirão, talvez e numa lógica assaz inconsistente, mas que lá vou cumprindo, para adquirir cadeirinhas de rodinhas para instituiçõezinhas que estejam mal instituídas, coitadinhas, mas que precisem para os seus eventuais utentes.
Ainda assim e mal por mal, sempre é coisa mais coerente do que o banquinho alimentarzinho da Isabel Jonetezinha, onde, como alguns sabem e outros fazem por não pensar nisso, quem mais ganha são as grandes superficiezinhas.
Se excluirmos as inversões de marcha em autoestrada, na geringonça, ou a constância exorbitante dos combustíveis, da energia, da água, a vida vai…
Um tempo de deslocação da «zona de conforto» é sempre uma alegria, excepto quando não é. Também pode ser de razoável eficácia nas nossas vidas, excepto quando não é.
Mas o homem lusitano porfia a descoberta, seja em longínqua caravela quinhentista, seja em moderno tuc-tuc, que nos desvende os recônditos mais inacessíveis do espírito dos locais e das gentes.
Breve exemplo do dédalo onde estamos instalados…
Pela manhã, alguns autóctones vieram desfrutar do calor do sol no parapeito da janela, assim a modos de nos darem os bons dias e antes de se fazerem à vida.
E – lá está! – uma bela praia, razoavelmente sossegada, ainda que o malvado anticiclone dos Açores tenha rumado a Norte e nos tenha deixado a água gelada. Mas queixamo-nos de quê?
Enfim, a minha desgraçada consciência cidadã não percebe muito bem porque é que todos os restaurantes deixaram de aceitar qualquer tipo de cartão de pagamento e seja preciso mendigar o sempre esquecido recibo… Isso é que me deixa com algumas suspeitas quanto à «avassaladora vaga de turismo» e os correspondentes benefícios para a nação.