
Sendo este um espaço de marés, a inconstância delas reflectirá a intranquilidade do mundo.
Ficar-nos-á este imperativo de respirar o ar em grandes golfadas.
Comemoração do 51º Aniversário do 25 de Abril com a Espaço e Memória – Associação Cultural de Oeiras
Eis o programa proposto para a nossa comemoração do 51º Aniversário do dia 25 de Abril, no Auditório Municipal César Batalha (Galeria Alto da Barra – Oeiras), no próximo dia 25 de Abril de 2025:
9h30 – Abertura e Recepção
10h00 – Início da sessão. Intervenções de Joaquim Boiça (Espaço e Memória) e de Mário Simões Teles (Associação 25 de Abril)
10h20 – Evocação dos 50 anos das primeiras eleições livres, com o Major General Edorindo Ferreira
11h00 – O dia 25 de Abril de 1974 – os olhares, em 100 imagens, de Jorge Castro e José Carlos Nascimento
11h45 – Evocar Abril em poemas e canções com Jorge Castro e João Paulo Oliveira
12h30 – Encerramento.
13h00 – Almoço evocativo (conforme inscrição prévia)
A entrada é livre e a sua presença necessária. Ainda mais se trouxer um amigo, também.
Natal 2024
Hoje, vou deixar-vos aqui um poema.
Sabem os que me são mais próximos que duas datas celebro, todos os anos, em forma de poema: o 25 de Abril e o Natal, ou a festa do Solstício, se preferirem.
Pelo caminho ficam, também, os costumeiros votos de boas festas e de um ano vindouro pleno de felizes realizações.
Natal 2024
– sobre um poema de Vítor Barroca Moreira, escrito quando ele tinha nove anos (1960) e coligido por Maria Rosa Colaço em A Criança e a Vida
desta vez fiz um poema
do Natal que alguém quiser
poderá ser claro ou escuro
ser de compra ou de aluguer
ser presente ou ser futuro
estar em guerra ou em paz
se estiver verde ou maduro
para o caso tanto faz
mas que lembre
impertinente
a prata que embrulhava
o chocolate das prendas
e que alisámos com as unhas
dos dedos da nossa esperança
criando com eles regatos
e açudes prateados
entre o musgo e os rebanhos
ou verduras de arvoredos
nos campos imaginados
ah como era bom ser criança
poema em forma de gente
e clamar aos quatro ventos
que «O amor é um pássaro verde
num campo azul
no alto da madrugada»
numa certeza de tudo
e temerosos de nada
podes chamar-lhe utopia
podes dizê-lo impossível
mas é concreto e audível
no cantar da cotovia
depois então imaginar
um mundo assim sem fronteiras
uma irmandade do homem
maior talvez do que o mar
e de olhos abertos
sonhar.
– Jorge Castro
Dezembro de 2024
Núcleo familiar matricial (10)
– Com autoria de Manuel António Leite, um presépio tubular, feito com cartão recortado a «laser».

sem título que nos valha…!
Hoje, em período natalício tão celebrado em toda a parte deste nosso mundo ocidental, não me apetece colocar a imagem de nenhum presépio.
A imagem que hoje selecciono é a que documenta a inadjectivável acção policial que ocorreu no Martim Moniz (Lisboa): algumas dezenas de transeuntes, porventura de nacionalidades várias, obrigados a colocarem-se de braços levantados contra uma parede durante mais de uma hora para serem revistados por agentes da PSP!!!
Vergonha e humilhação! E tu, gostarias de te ver nestes preparos, ou aos teus filhos ou aos teus netos nos diversos países para onde nos exportamos diariamente e de há tantos anos para cá?
As «explicações» dadas pelos actuais mandantes deste país para esta atitude, digna de tempos hitlerianos nos guetos judeus, são tão manhosas quanto idiotas, frustres, cobardes e sem sentido.
Parece que, no resultado da gigantesca operação policial, foram efectudas duas detenções (pelo menos, uma delas a um cidadão português), apreendido algum dinheiro, alguma droga e algumas armas brancas… também conhecidas como canivetes. Talvez se a região seleccionada fosse, por exemplo, a Quinta da Marinha, em Cascais, ou numa sexta-feira no Bairro Alto ou no Cais do Sodré os resultados fossem mais avantajados…
E é assim. É Natal! Paz na Terra aos homens de boa vontade… Mas, em boa verdade vos digo, irmãos: fascismo, nunca mais! Pelo menos, é o que se deseja intensamente mas, tal como as bruxas, que os há, há e cada vez se atrevem mais a sair das sombras pestilentas onde chafurdam.
Montenegro, Ventura e Moedas, a mesma luta, não é…?

T
Núcleo familiar matricial (9)
Simplicidade nos materiais: cápsulas de sementes de jacarandá e pequenos pedaços de cortiça. Autor desconhecido.

Núcleo familiar matricial (8)
Júlio Alonso, com a sua louça de Bisalhães, é o autor da presente peça.

Núcleo familiar matricial (7)
Este prima pela sua incontornável leveza.
Da autoria de Simone Grecco, uma brasileira paulista radicada no Porto, deve esclarecer-se que esta escultura em arame começa, verdadeiramente, numa ponta e acaba na outra, sem interrupções pelo caminho.

Núcleo familiar matricial (6)
Autoria: Manuel Ferreira Machado, mais conhecido por Pinha, alcunha que herdou do pai e avô, é um artesão que nasceu em Celeirós, Braga, em 1962, e desde os 15 anos que começou a trabalhar o ferro na oficina do pai.
Este, quanto a mim, notável exemplo de criatividade é uma das peças que considero mais conseguidas da série que venho apresentando.

Núcleo familiar matricial (5)
Autoria: Lourdes Calmeiro. Material de construção: folhas de dragoeiro açoriano e folhas e barbas de milho. Na base, à esquerda, singela representação das concelabradas cracas dos Açores.

Núcleo familiar matricial (4)
Ao jeito das lapinhas dos Açores, mas em edificação caseira tão rigorosa quanto possível. A redoma de vidro foi retirada para evitar reflexos indesejados.
