Sendo este um espaço de marés, a inconstância delas reflectirá a intranquilidade do mundo.
Ficar-nos-á este imperativo de respirar o ar em grandes golfadas.
cada um(a) acumula o que pode…
(para a meia do pé).
eheheh…
sugestão para hoje…
com… decorando
no meu país condecora-se o
favor
perturbadas
árvores que sobreviveram
eunucos do sorriso
em qualquer peito
só o acto de nascer daria um nome.
um poema (sempre) incompleto
atarda
dia
– se abastarda
desperdiçado
amortalhado
feição
perdendo
perdeu
percebendo
que outro dia já lá vem e o sol
nasceu…
Esta, sim, a notícia do dia!
– se quiserem, dos verdadeiros namorados
– momento que dedico aos meus amigos siderais Pedro Mota, Rui Malhó e Rui Vieira Farinha.
dois buracos negros
impertinentes
após se terem libertado da respectiva estrela colapsada
e tirando-se de seus lazeres
circunstantes
rodearam-se e valsaram no universo estelar
imbuídos de uma matéria astronomicamente maciça
e infinitamente compacta
determinaram a sua singularidade
reflectida nos respectivos corações
onde o tempo pára
e o espaço deixa de existir
mas como tudo isto é muito relativo
e após ambos determinarem o seu horizonte de eventos
região que – como todos sabem –
é local de onde não se pode regressar
e também como – já segundo Einstein dizia –
a gravidade pode influenciar no movimento da luz
por aquela valsa dos buracos amantes
vamos todos vogando
universalmente
ao ritmo e cadência das sua ondas gravitacionais de paixão
produzidas no turbilhão do cosmos
– trata-se afinal do mais recente desenvolvimento da Invenção do Amor
do poeta Daniel Filipe
em que os amantes siderais
subverteram
com o seu acto de amor
a cidade siderada…
– Jorge Castro
11 de Fevereiro de 2016
é Carnaval… podia ser bem pior!
(só para que não se diga que, por este blog, a coisa anda algo parada…)
Carnaval à Bulhão Pato
tão pacato e perna à mostra
mesmo com pouco recato
não vejo ameijoa nem ostra…
talvez que seja da crise
que não deixa vir à tona
e se apuro algum deslize…
ora, gaita, é matrafona…!
obrigado!
Eu voto! E Sampaio da Nóvoa é a minha escolha.
bucolismos
ao correr pelos campos da intriga
onde eu sei que a inveja dá semente
não me atardo na colheita de uma espiga
corro mais por saber que mais à frente
há searas de outra luz que mais me abriga
e me traz mais da vida e mais urgente
busco então as papoilas de veludo
que tão rubras dão ao dourado o calor
mais que o Sol que no estio cobre tudo
e as aves que esvoaçam com ardor
em chilreios que dão voz ao campo mudo
são a vida a cumprir-se de outra cor.





