– momento que dedico aos meus amigos siderais Pedro Mota, Rui Malhó e Rui Vieira Farinha.
dois buracos negros
impertinentes
após se terem libertado da respectiva estrela colapsada
e tirando-se de seus lazeres
circunstantes
rodearam-se e valsaram no universo estelar
imbuídos de uma matéria astronomicamente maciça
e infinitamente compacta
determinaram a sua singularidade
reflectida nos respectivos corações
onde o tempo pára
e o espaço deixa de existir
mas como tudo isto é muito relativo
e após ambos determinarem o seu horizonte de eventos
região que – como todos sabem –
é local de onde não se pode regressar
e também como – já segundo Einstein dizia –
a gravidade pode influenciar no movimento da luz
por aquela valsa dos buracos amantes
vamos todos vogando
universalmente
ao ritmo e cadência das sua ondas gravitacionais de paixão
produzidas no turbilhão do cosmos
– trata-se afinal do mais recente desenvolvimento da Invenção do Amor
do poeta Daniel Filipe
em que os amantes siderais
subverteram
com o seu acto de amor
a cidade siderada…
– Jorge Castro
11 de Fevereiro de 2016
Eu sempre achei eróticos os buracos negros…
E aos buracos negros e seus sons cavernosos, o dito amigo (que muito se orgulha de tal epíteto), Rui Malhó, contrapõe que se gravite, ao invés, ao redor da luz;
https://www.ffms.pt/xxi-ter-opiniao/artigo/1231/luzes-camara-accao-os-filmes-microscopicos-da-nossa-vida
Um forte abraço
Rui