sugestão – hoje, em Oeiras… e demais palestras

Segundas-feiras, 21H00 – Palácio Marquês de Pombal – Salão Nobre
 
24.07.2017 – Jamor – o rio das lavadeiras – Jorge Miranda
 
31.07.2017 – A água nos engenhos primitivos da Fábrica de Barcarena – João Luís Cardoso
 
07.08.2017 – O tema da água na azulejaria de Oeiras – José Meco
 
21.08.2017 – O fornecimento de água a Oeiras no século XX – Ana Gaspar
 
28.08.2017 – A água no Foral e nas primeiras posturas municipais de Oeiras – Luís Alves da Silva
 
04.09.2017 – As cascatas da Quinta do Marquês de Pombal – Fátima Rombouts de Barros
 
11.09.2017 – Caminhos da água, ontem e hoje. Os casos dos aquedutos do Paço dos Arcos, da Quinta da Terrugem e de Queijas (real Quinta de Caxias) – Fernando Lopes
 
18.09.2017 – Paisagens históricas: ribeiras e sapais do litoral de Oeiras (sécs. XVI-XX) – Joaquim Boiça

ainda Tancos e… outro modo de ver

Do coronel Sousa e Castro sobre “E SE EM TANCOS NÃO TIVESSE HAVIDO, NEM ASSALTO, NEM ROUBO NEM FURTO.” (divagações de um cidadão, num domingo invernoso em pleno verão)
 
Deixemos o pequeno buraco na rede da cerca do quartel e o arrombamento sem violência da porta do paiol como peças para finalizarmos o puzzle que nos “atormenta”.
1 – Todo o material em falta é material perecível, isto é, não existe uma única espingarda, metralhadora, revólver canhão ou lança mísseis no rol das faltas. Nem sequer um cinturão ou qualquer outra peça do fardamento e equipamento.
 Por outras palavras, e clarificando, perecível quer dizer que todo este material em falta, era e sempre foi usado em exercícios militares de rotina ou imprevistos e gasto ali mesmo devendo em bom rigor ser abatido à carga, do paiol ou armazém onde foi requisitado logo após cada exercício.
Era esta prática corrente e usual na tropa do meu tempo. Mas também havia graduados , oficiais, que muitas vezes passavam por cima das dotações estipuladas para cada exercício e descartavam os “ resmungos” dos subordinados responsáveis pelo municiamento abusivo extra,  com dichotes e palavrões. O resultado era, quem tinha requisitado o material excedido no  exercício não o abater e depois, raciocínio comum à época, “logo se veria”.
2 – Para esclarecer cabalmente a natureza  “perecível”  do material em falta é necessário desmitificar a forma ignorante com que muitos, e até alguns experts, quer em jornais quer nas TVs, induziram na população, a ideia  que o material em falta incluía armamento e mais grave mísseis. 
Desmontemos pois esta cabala para podermos prosseguir.
 
a )  Da lista oficial de faltas consta uma munição, impropriamente chamada pelos tais experts, de lança míssil ou míssil, mas que se resume a uma granada anti tanque, lançada de um tubo articulado que após o lançamento é descartável e não reutilizável , tal como acontece com o cartucho que contém a pólvora que provoca a saída duma bala. 
Tão simples como isto.
Na verdade é uma arma que só pode ser utilizada uma vez , tal como qualquer granada.
 Para quem se interessa por estas coisas trata-se de um filhote dos panzerfaust nazis, que até uma criança podia lançar.
 Acresce que esta arma, cuja sigla é LAW (Lhigt anti-armor weapon) foi retirada do serviço em 1983, portanto há TRINTA E QUATRO ANOS e o seu fabrico descontinuado como agora se diz. Com o ridículo alcance de 200 metros e sem sistemas de guiamento autónomos foi naturalmente substituída por misseis de muito maior alcance , guiados por fio ou wireless através de lançadores esses sim, sistemas não descartáveis e de grande valor bélico e financeiro , como o míssil TOW ou o MILAN.
Presumo até que se alguém quisesse negociar no mercado internacional esta arma, não só não teria êxito, como  seria alvo de chacota, incluindo dos rapazes do DAESH que estão armados até aos dentes com o armamento mais moderno que há.
Estando em uso no Exército anos e anos a fio fácil é admitir que toda a gente se estaria ca….. como se diz na gíria militar para o seu consumo excessivo e para o acerto das cargas.
 
b)  Todos os outros materiais em falta eram e são  obviamente utilizados e consumidos integralmente em exercícios  de treino.
 
3 – Antes de fechar o puzzle uma pergunta que julgo ser a pertinente face ao acontecimento:
– Se havia paióis na zona, vizinhos do “violado”, com certeza com armas sofisticadas, incluindo os tais misseis TOW e MILAN, além de armamento de infantaria pelo menos com valor militar actual, porque foram os hipotéticos assaltantes abrir a porta do paiol com fraco valor.
Não é por acaso que o comentário do secretário geral da NATO a este desaparecimento de material foi a consideração da sua irrelevância.
 
4 – Acabemos agora o puzzle juntando as ridículas circunstância do pseudo roubo. O buraco na rede e o arrombamento discreto.
Coisa fácil de fazer para quem, acossado pela iminência da  entrega do espólio e da prestação de contas das existências tenha sido impelido  a optar pela diversão naif.
 
Boa sorte aos investigadores da PJ e PJM.

O meu voto, outra vez, em favor do Salvador

A verdade é que vou tendendo a gostar, cada vez mais, do Salvador Sobral.
 
O comentário por ele produzido no concerto de ontem Juntos Por Todos e que – como tanto gosta de se dizer – está a «inflamar as redes sociais», reza mais ou menos assim: «Eu sempre que faço qualquer coisa vocês aplaudem. Vou mandar um peido para ver o que é que acontece», logo a seguir a um curtíssimo improviso que nem lhe saiu muito bem, denota tão-só que estamos em presença de alguém que aparenta ter os seus atributos no sítio e sabe – pasmem, ó gentes! – pensar com a própria cabeça.
 
Daí, a minha chapelada. 
 
E o Salvador Sobral não fez, como se apregoa, um «comentário humorístico». Fez, sim, um comentário crítico, de inegável frontalidade e muito a-propósito. Para além do foguetório acrítico institucionalizado, é bom ouvir uma voz com alguma lucidez que apele, pelo contrário, a um saudável espírito crítico e, já agora, fundamentado, em vez do aplauso imbecilóide ou apatetado a que estamos tão (mal) habituados.
 
Os espíritos tão cordatos e politicamente correctos que se indignam ou exasperam com esta atitude corajosa não passam disso mesmo: tão cordatos e politicamente correctos, que enjoam. 
 
Nada será definitivo, mas este Salvador, não o sendo da pátria, pelo menos ajuda-nos a preservar alguma racionalidade, no meio de tanta patetice, tanta louridão e tanta lantejoula mediática. 
 
Bem haja.

Pós-de-escrita – Talvez se o Salvador se tivesse referido a um sonoro traque, a uma conspícua ventosidade, a uma inocente flatulência ou, até, a um imponderável pum, as hordas censórias se mantivessem mais apaziguadas. Agora, um peido, na presença de tão eméritos representantes da nação?!… Enfim, não sei se gostaria de lhe estar na pele, ao longo dos próximos dias…

E é vê-los, a todos e a todas, tão puros quão linguisticamente bem comportados, e que nem soltam nem largam, fisicamente, ventosidades que tais, os pobres, tão aprumados. No limite, exalam tão-só algum suspiro deliquescente… Sendo que neles o suspiro terá orifício alternativo.   

 
 

quotidiano delirante (4)

Para nos aligeirar o espírito de tanto fogo, tanta demagogia e tanto desespero, aqui fica um ligeiríssimo apontamento que não tem nada a ver com o fogo, a demagogia inerente e o desespero consequente:

Proponho-vos um exercício curioso: experimentem articular, na presença de petizes ou projectos de jovens – o que eu situaria num escalão etário que vai dos 8 aos 12 anos – expressões idiomáticas que nos estão entranhadas na pele e saltitam quais pipocas no discurso mais informal, do tipo:

deitar os bofes pela boca

ser-se mais papista do que o Papa

ter mais olhos do que barriga

três meros exemplos que me ocorreram, ao correr da pena e em leve conversa com tenra gente. 

Este exercício tem especial impacto nos meios urbanos, claro. O ar de estranheza patenteado pelo nosso interlocutor de tenra idade, que vai da mera incredulidade à ignorância abissal, percorrendo desvairados patamares de não-sabedoria deixar-nos-á com o constrangimento profundo de que não estamos a ser capazes de transmitir o testemunho cultural que nos compete.

E, claro, a culpa não é deles.

sugestão/convite

Na Associação 25 de Abril, no próximo dia 23 de Junho (sexta-feira), pelas 18h00,
Manuel Veiga irá apresentar-nos o seu mais recente livro de poemas, 
Caligrafia Íntima (com edição da Poética Edições).
A apresentação estará a cargo do coronel Nuno Santos Silva e eu participarei, também, com o conforto e o estímulo que advêm de uma amizade, no que se refere ao autor, e na qualidade certa e segura, no que toca à obra em presença.
Apareçam, pois, que a graça de tudo isto está muito ligada à vossa presença!

100 Noites com Poemas
com um poema na vila, em Coruche

Antecedido por um belo repasto, como habitualmente, no Restaurante Aliança, em Coruche, onde sempre somos condignamente recebidos pelos amigos Idália e Zé, aprontámo-nos para mais uma apresentação do livro-álbum Cem Noites com Poemas
…  que, desta feita, teve lugar no dia 11 de Junho, no Auditório José Labaredas, no Museu Municipal de Coruche, à Direcção do qual deixo, desde já, os nossos agradecimentos pela cedência de tão agradável espaço, bem como a solicitude e amabilidade com que corresponderam aos nossos no âmbito da logística da sala.

 

 

Como ingrediente de animação, contámos com a participação, em vários momentos da sessão, do Grupo de Cantares da Assecor  – Associação Sénior de Coruche

 

… dirigidos por Laura Macedo, a quem lavro aqui o meu testemunho de gratidão e admiração pelo empenho.

 

 

 

 

Ana Freitas inicia a apresentação, em seu nome, em nome do projecto Um Poema na Vila, que orienta há já mais de cinco anos, em nome do grupo das Noites com Poemas, em que participa de longa data, em nome das cumplicidades e dos afectos que temos sabido, mutuamente – como bem se quer – a cultivar desde a primeira hora

 

 

– Jorge Castro

 

Depois, cumpriu-me fazer sucinta apresentação de um projecto que, hoje, é já impossível de descrever em poucas palavras, tal a densidade de gente, de temas, de percursos que o enformam.
Passei, assim, de pronto, a palavra a quantos, ombreando neste projecto, me acompanharam a Coruche e a quem gabo e enalteço a disponibilidade, o companheirismo e o espírito solidário:

 

 

– David Silva

 

 

– Eduardo Martins

 

 

– Francisco José Lampreia

 

 

– João Baptista Coelho

 

… que, pelos vistos, tiveram, connosco, artes de criar um óptimo espírito na audiência.

 

 

Fernanda Frazão, da editora Apenas Livros, amiga, companheira, cúmplice e editora a quem tanto devemos no apoio e entusiasmo proporcionados a quantos autores emergiram desta iniciativa.
Após um breve intervalo a sessão foi reiniciada pelo Grupo de Cantares da Assecor, logo seguida pela participação do grupo de Um Poema na Vila, cada vez mais alargada e claro indício da adesão da comunidade a esta iniciativa cultural, sessão em que os participantes das Noites com Poemas, como habitualmente também se integraram sem ter longes nem distâncias

 

– Rosário Freitas, com cujo acróstico dedicado às Noites com Poemas, eu abrira já a minha apresentação
Caras amigas na audiência.

 

– Heraldo Bento

 

– Maria Diniz

 

– Gabriela Rangel

 

– Maria Mestre

 

– João Freitas Mendes

 

– Maria Augusta Ambrósio

 

– Idália Silva

 

– Alzira Carrilho

 

– Florbela Machado

 

– Idalina Caçador

 

– Lucília Meleiro

 

– Manuel Coelho

 

 – Gisela Bruno

 

– Ana Flausino

 

– Branquinho

 

Encerramento a cargo do Grupo de Cantares da Assecor

 

Em pós-encerramento e «a pedido de árias famílias» solicitei à senhora maestrina Laura Macedo que nos propusesse, assim a modos como que um coro colectivo, tendo como primeira voz a amiga Maria Mestre, entoando a modinha alentejano do Limoeiro, qual refrigério agradável em fim de tarde caloroso, o que foi acolhido com toda a simpatia e colaboração geral.
Ao longo da sessão esteve patente, também, uma projecção de imagens, da autoria de Lourdes Calmeiro, que documenta e condensa toda a actividade decorrida nas Noites com Poemas, desde 2005 e até à data.
– Fotografias de Lídia Castro e de Lourdes Calmeiro.