sugestão imperdível para quem estiver perto de Oeiras…
12º aniversário do Sete Mares…
Os votos de Jacques Brel,
no primeiro de Janeiro de 1968 (Europe 1)
sonhos sem fim e a vontade furiosa de realizar alguns. Desejo-vos que amem o
que é preciso amar e que esqueçam o que é preciso esquecer. Desejo-vos paixões,
desejo-vos silêncios. Desejo-vos cantos de aves ao despertar e risos de
crianças. Desejo-vos que respeitem as diferenças dos outros, porque o mérito e
o valor de cada um estão muitas vezes por descobrir. Desejo-vos que resistam à
estagnação, à indiferença e às virtudes negativas da nossa época. Desejo-vos
enfim que nunca renunciem à procura, à aventura, à vida, ao amor, pois a vida é
uma aventura magnífica e ninguém razoável deve renunciar a ela sem travar uma
rude batalha. Desejo-vos sobretudo que sejam vocês próprios, orgulhosos de o
ser e felizes, pois a felicidade é o nosso verdadeiro destino.»
amizades,
não sei dizer-vos em duas palavras…
Não há machado que corte a raiz ao pensamento, cantava-nos Manuel Freire, com clarividente espírito libertário, semeando tantas frondosas árvores de livre arbítrio que, ainda e sempre, permanecem como esteios de vida para aqueles que dessa mesma vida têm, por superior objectivo, vivê-la.
Mas, como em tudo, ele há machados e machados e, muito especialmente, há os nossos olhos quando observam as coisas que nos rodeiam – a que alguns chamam, a propósito, a raiz do pensamento.
Vem isto ao caso de, em lojinha (Memórias) que conheço lá para a Rua das Flores (número 18), no Porto, onde sempre me maravilho com produtos manufacturados com graça e originalidade pelo engenho humano, ter tropeçado com o objecto que vos deixo, nataliciamente, em imagem e que se me depara como metáfora para os dias que vamos vivendo.
Nestes dias necessários de ver com olhos de ver, tentemos olhar para o mundo que é o nosso com outro olhar, mais articulados com uma dimensão de Humanidade, onde não nos devemos alhear da reformulação de tantos conceitos.
Natal 2015
tudo muda nesta vida
para que a vida aconteça
cai a noite adormecida
para que o dia amanheça
e assim muda o nosso olhar
com tudo aquilo que vemos
por vezes até o mar
se faz chão quando queremos
nada fica sem mudança
num imenso torvelinho
um homem ontem criança
uma ave a sair do ninho
e na vida assim passando
nessa espiral infinita
vai a esperança esperando
em tudo quanto acredita
e em cada ano que passa
a vida por nós passando
sentimos que nos abraça
a vontade de ir voando
e lá vamos sem parança
que a vida toda se inflama
e lá ao longe de esperança
já o horizonte nos chama
e com temor ou audazes
a rir levamos a sério
o sentirmo-nos capazes
de ser parte do mistério
connosco uma nostalgia
que é também vida afinal
… mas já lá vem outro dia
se quisermos de Natal.
vergonha? muito pouca
ética? nenhuma
Valha-nos a mulher de César!
aquele era o homem que sabia voar
acordou bem cedo em manhã de Outono
e os ventos traziam nuvens de além-mar
e ao sair à rua a meio de um sonho
descobriu desperto que podia voar
percorreu falésias
sentiu maresias
voou sobre as ondas
voou sobre os dias
e sempre desperto tão perto do sonho
ele ficou mais certo de saber sonhar.