Recordareis, decerto, a polémica de 2013, quando o deputado Carlos Peixoto, do PSD, em artigo de opinião no jornal «I», de 10 de Janeiro daquele ano, se referiu com notável falta de sentido de oportunidade à expressão «peste grisalha», com que alguns «iluminatti» das eras modernas se referem ao envelhecimento da população, mormente no concelebrado «mundo ocidental», como flagelo sobre o exemplaríssimo mundo da alta finança.
Tropecei, recentemente, com um vídeo da COS.TV que refere, a este propósito mais três personalidades cujas afirmações afinam pelo mesmo diapasão: Dan Patrick (vice-governador do Texas), Christine Lagarde (gerente do Banco Central Europeu)e Taro Aso (Ministro das Finanças Japonês).
Aqui partilho este vídeo, cujo autor desconheço, mas em relação às palavras do qual subscrevo, com especial relevo para a afirmação de carácter literário com que encerra o referido vídeo.
apelo despudorado deste povo hospitaleiro muito alegre e estouvado mas carente de dinheiro
entre entre senhor Turista tome assento faça vista pois se o senhor não vier vamos de mal a pior nem haverá gente aqui nem aqui nem acolá com todos ao deus-dará sem saber o que fazer neste país de aluguer onde o destino de tantos é buscar pelo mundo afora alguns cantos e recantos onde ganhe a vida à hora já que por cá só a perde e encontrá-la… demora
se não vier com presteza cá lhe deixo uma certeza: o governo ruirá tribunais – outros que tais o parlamento um tormento e presidente outro mais todos quais baratas tontas sem saber o que fazer com as tantas soltas pontas deste país a encolher e se o senhor não vier se faltar a sua ajuda vai ser um deus-nos-acuda ou pior se-deus-quiser
venha lá senhor Turista traga o euro e a alpista que a pardalada tem fome pois ele há muito olival fruta avulsa amendoal mas ninguém lhes sabe o nome entre estufas escondidos como outrora alguns bandidos se escondiam no arvoredo desses não há pois coitados por tanto incêndio assolados estão expostos demais … ou então esturricados como os outros animais
venha ao golfe ao futebol às praias com pôr do sol e à noite cheia de estrelas venha ver as caravelas que fazemos no chinês e se não lhe bastar isso ainda terá na paisagem o baloiço o passadiço a sardinha o arraial que dizem por sua vez muito made in Portugal
venha ao magote às carradas à molhada em dasatino que ele há cerveja às litradas ou um Porto de honra fino à espera de tal hoste para que não se desgoste e connosco se confunda
venha lá mas não abuse pois com tal peso não aposte que este país não se afunda…
Uma vaidade: numa apreciação lisonjeira e, do meu ponto de vista, merecida, à obra sobre a calçada portuguesa do meu amigo Ernesto Matos em conjunto com António Correia, Naves in Petri, publicada na Revista da Marinha, fica também um apontamento à minha colaboração neste trabalho sobre a calçada portuguesa que, obviamente, me honra. Aqui fica:
No artigo informam-se os interessados de como aceder a este belo livro.
Pois isto de passear os canitos, ali pelo meio da praia cheia de gente, é giro! Então o esplendor de mandar uns pontapés, cheios de pujança, na bola em plena época balnear, é giro! O estrondear de um tema musical (com reservas) bate-estaca num pôr do sol na esplanada junto ao mar, é giro! Um arraial, porventura dedicado ao Santo Eucarário, que os outros santos estão esgotados, coitados, em alta grita pela noite dentro quando não foguetório, que sempre favorece incêndios, em dia de trabalho, é giro! Ocupar ciclística ou trotinetisticamente uma estrada com uma faixa destinada a ciclistas mesmo ali ao lado, que, por sinal, roubou espaço aos peões, é giro! Estão a ver como é simples alcançarmos a felicidade? Basta seguir na vida vitoriando o que é giro… e prontos!
e daí onde te sentas seja no lugar mais próximo do sol poente ou na alvura tensa de uma alvorada pressentes ainda a voz de Camões? pressentes a aventura? a tempestade? o perder-se de amores e desamores que o amor nos traz? o ser-se maior que o mundo naquele momento em geral fugaz para tanto nos sobrando engenho e arte? e não só ser-se pequeno e incapaz com o medo de ser grande em qualquer parte?
ouves então e ainda esse Camões que celebramos sem deter um pensamento no saber porque foi grande e das razões que o amarram a Portugal impenitente?
feliz sejas então e venturoso e que percorras o caminho esperançoso do teu passado a caminho do futuro.