No Nordeste Transmontano, com a incúria a que estamos tão (mal) habituados, jaz morta e arrefece a estação de comboios de Duas Igrejas.
Terminal da linha férrea de Trás-os-Montes, quedou-se esta por Duas Igrejas – não chegando a Miranda do Douro por meia dúzia de escassos quilómetros -, por ser ali o local dos silos cerealíferos da conhecida «campanha do trigo» do Estado Novo – sim, que também ocorreu em Trás-os-Montes e não apenas no Alentejo. Enfim, levar pessoas até à capital do concelho não faria falta… Bastava alcançar os cereais.
Por estas e outras razões que a razão vai desconhecendo, antes como agora fazem-se coisas estranhas que se deixam, depois, desfazer estranhamente sem que, entre esses dois tempos, o cidadão se sinta envolvido, participante ou cúmplice.
Chamo a vossa atenção para o curioso do cartaz afixado e para a circunstância de todo o interior do edifício estar a ameaçar ruína. Ou seja, o eventual roubo está acautelado; a mais que provável derrocada, não sabemos… Sem mais comentários, aqui ficam as imagens:
Bem, pelo menos, e pegando no ditado, “vão-se os anéis, fiquem os dedos”, aqui, pode-se, parafraseando dizer que “vão-se os telhados, as paredes, os soalhos, para o chão, desde que caiam com cuidadinho e deixem ficar os painéis de azulejo”, salvaguardados por quem (?) de direito (?), e com todos os meios ao dispor…
Poizé… Agora, e se cai uma telha e lasca o azulejo? Teremos o estado a pedir contas ao estado? Ou ao São Pedro? Por estas e por outras é que nasceu a dúvida metódica…