XIII Passeio ao Farol do Bugio com a EMACO

 Decorreu, em 30 de Julho, e com o nível de sucesso a que nos habituámos, o XIII Passeio ao Farol do Bugio, organizado pela EMACO.

Para registo muito sucinto do evento e memória futura:

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A peitaça da t-shirt distribuída
2016-07-30 EMACO (1)
O briefing em terra
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O briefing a bordo
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A preparação para a descolagem
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A partida
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O verdadeiro início oficial da aventura
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O primeiro olhar de mais perto (e do lado do mar)
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A acostagem
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A magnífica paisagem
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Já no interior, com vista em redor
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José Meco, no interior da capela, brinda os visitantes com o enquadramento histórico e fala da gritante necessidade de não aguardarmos pela derrocada final de todo este inigualável monumento
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A visita às instalações
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Um olhar de encantamento
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A escala, não perceptível de terra
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Apontamentos do seu interior
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Joaquim Boiça ilustra os visitantes quanto ao enquadramento histórico do edifício…
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… as suas razões de ser e as vicissitudes, também transformadas em oportunidades novas, pelas quais foi passando o farol do Bugio…
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…  abordagem que não sabe (nem quer) dissociar da sua vivência pessoal, conferindo à dissertação uma  aproximação também pelo campo dos afectos que não deixa ninguém indiferente.
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E, subindo ao piso superior…
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… conclui a sua exposição, no escasso tempo disponível, ficando nos presentes um saudável «gosto a pouco», a indiciar que para o ano haverá mais… Aliás, alguns houve que manifestaram a vontade de repetir já no próximo dia 06 de Agosto.
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Aguardando a viagem de regresso
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Um último «boneco» ilustrativo de um momento bem passado
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O regresso
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Alguns autóctones ficam, discretamente, a contemplar a partida até à próxima…
  • Imagens de Lídia Castro e de Jorge Castro

em Coruche, com a EMACO,
no passado dia 25-06-2016

–  Após a nossa partida, cerca das 8 horas da manhã, de Oeiras, chegada a Coruche, ao Santuário de Nossa Senhora do Castelo.

– Torre do Santuário

– Panorâmicas de Coruche, tomadas do Santuário

– Com Joaquim Boiça uma história breve de Coruche, com especial incidência… 

… no Castelo… que já não está lá. Mas que não deixou, por isso, de constituir um desafio ao conhecimento, porventura até estimulado por essa histórica ausência, como referiu o palestrante. 

José Meco ilustra-nos, com a sua habitual mestria e profundidade de conhecimentos, sobre o «pouco» que haveria a dizer acerca do Santuário, de onde, afinal, nos transporta sempre para uma viagem de circum-navegação a saberes… impensáveis quase.     

– Em seguida, a visita guiada ao Museu Municipal de Coruche foi antecedida por uma homenagem, a meu cargo, ao grupo Um Poema na Vila que, tendo ao leme Ana Freitas, tem tido artes, ao longo de quatro anos  já, de levar a bom porto um projecto poético, que conta com o envolvimento de inúmeros concidadãos em redor dessa viagem sempre transcendente que é a poesia, em geral, e o amor à terra e às gentes da região, em particular.  

Alguma poesia se disse, claro…

– Ana Freitas fala-nos sobre as actividades do grupo e diz poemas das colectâneas Poesia no Montado e A Minha Rua, com edição da Apenas Livros.

– Apresentação do Projecto Museológico de Coruche,  consubstanciado no seu Museu Municipal, a cargo da nossa anfitriã, Ana Correia…

… que nos acompanhou, esclarecendo dúvidas e sublinhando referências, ao longo da exposição permanente, subordinada ao tema O Céu, a Terra e os Homens 

(Já agora, não me perguntem porque carga de água é que estas três fotos a seguir se encontram deitadas… Talvez já manifestações do cansaço da viagem. Mas por mais que faça, elas já não se corrigem. Assim ficam, que não se deve contrariar muito teimosos impenitentes…)

A visita terminou com uma passagem pela exposição temporária sobre os primórdios da Saúde Pública na região de Coruche.

É também Ana Correia que nos leva ao longo do centro da vila, em visita guiada… 

… que terminou junto à Igreja da Misericórdia.

Aí se recolheram evidências de que a hora era de repasto, até como contraponto às cerca de seis horas e tal que levávamos já desde a nossa partida, em Oeiras.

O Restaurante Aliança foi o nosso ponto de reconstituição de energias.

Uma abertura com cachola, à moda de Coruche…

… a que se seguiu um bacalhau assado, à moda de Coruche…

… seguido de um cozido à portuguesa, à moda de Coruche (como nem podia deixar de ser, se bem repararem). Depois sobremesas, cafés e, até, uma branquinha para os mais disponíveis… A fartura e a qualidade deixaram todos bem convencidos, o que posso sobejamente confirmar através de incontáveis manifestações de apreço nesse sentido. 

No final, Idália Silva, a proprietária do Restaurante Aliança,  propriedade essa que reparte com o seu José Silva, ainda nos presenteou a todos com as suas quadras saborosamente populares, que trazem necessária e fundadamente um «voltem sempre, com um abraço e um beijinho».
De seguida, rumámos à fábrica Amorim Irmãos, Unidade Industrial Equipar, onde efectuámos uma visita às instalações, não sem que antes nos tivéssemos equipado a rigor… 

(Depois do Restaurante Aliança, nem tal seria possível, obviamente…!)

… pela mão sabedora e sempre afável de Isilda Bárbara

… onde, entre muitas outras coisas, se apurou, com algum espanto, a produção diária de cerca de 5 milhões de rolhas, grandíssima parte destinada à exportação, um pouco (ou muito) para todo o mundo.  
Aqui ficam, também, algumas evidências: 

Este nosso passeio culminou numa visita ao Observatório do Sobreiro e da Cortiça, nóvel instalação do maior interesse, onde pudemos apurar o seguinte (ver em http://www.cm-coruche.pt/portal-do-investidor/observatorio-do-sobreiro-e-da-cortica):

O Observatório do Sobreiro e da Cortiça é um edifício provocador, desenhado pelo Arquiteto Manuel Couceiro, com o intuito de criar umaorgânica que remeta para a metáfora do sobreiro enquanto elemento vivo.



                                           
O Observatório é revestido a cortiça e tem como objetivo 
tornar-se numa estrutura de valorização do montado de sobro como 
nicho ecológico de grande valor 
funcionando, para tal em parceria com associações de produtores, universidades, 
investigadores e associações empresariais.
Entre as diversas valências que compõem o edifício destacam-se os laboratórios e oficinas destinados ao estudo das temáticas do binómio sobreiro/cortiça. Destaque também para o centro de documentação que visa ser um espaço dedicado à compilação de elementos bibliográficos relacionados com a fileira da cortiça, para a sala destinada a formação profissional no âmbito da fileira e, por fim, para o auditório de 150 lugares com paredes revestidas de aglomerado negro e frescos em tons a fazer lembrar o montado.

Regresso a casa. Quem foi, viu, sentiu e teve um dia cheio. Se quisermos, um dia em cheio. 
E diria eu em jeito de publicitário mal-jeitoso: Com a EMACO, claro…! 

breve nota sobre passeio a Arouca e Serra da Freita
… e que Portugal temos!

Ora, bem… Arouca, ali como quem vai para o Porto, vindo de Lisboa, e em vez de virar para o mar e Aveiro, vira para dentro, passa por Vale de Cambra e já lá está – claro, passados que foram trezentos e tantos quilómetros, quase todos em auto-estrada (onde se recomenda a A17, pela calmaria de trânsito):

Com um bom  e bem dimensionado grupo de companheiros de viagem, assentámos teres e haveres no Hotel São Pedro, já em Arouca – que recomendo – e partimos para a satisfação da primeira necessidade básica, nestas aventuras: onde jantar e, muito preferencialmente, bem.  

Sem desprimor dos demais e porque o tempo sempre escasso não nos permitiu visitar todos, aqui vos deixo uma magnífica sugestão: o Restaurante Tasquinha da Quinta, no centro da localidade.

Apenas uma breve nota: a prancha de entradas e a vitela arouquesa deixaram-nos absolutamente convencidos.

Tempo ainda para uma espreitadela à Capela da Misericórdia…

… e ao Mosteiro de Santa Mafalda, ambos em Arouca, onde guias de ocasião nos prestaram informações preciosas para entendimento do que nos rodeava.

Um dos destinos previstos era o Museu das Trilobites (em Canelas, muito próximo de Arouca). 

Para além dos esclarecimentos científicos que podem ser profusamente colhidos no local e que não têm lugar neste breve apontamento de viagem, não quero deixar de divulgar que se trata de fósseis com 500 milhões de anos e dos maiores do mundo, colhidos numa pedreira ali localizada e que, por sinal, por uma gestão esclarecida e interessada, deu origem à criação deste espaço cultural, ponto de encontro já da comunidade científica internacional que se dedica a estas coisas…

A sua dimensão – gigantesca em termos comparativos com as que se encontram um pouco por todo o mundo – dever-se-á a razões várias, mas onde os cientistas ainda divergem. Certo é que, com tal dimensão, apenas se encontram outras manifestações no Canadá, não deixando de ser curioso o facto de que, na Pangeia (previamente à deriva de continentes), quando na Terra existiria um único continente (aí por volta de 200 a 540 milhões de anos atrás) – essa região do actual Canadá e a região do actual Portugal, que visitámos, se encontrarem muito próximas. 

E o objectivo primeiro desta passeata: os Passadiços do Paiva que, apesar do incêndio registado há cerca de um ano, foram prontamente reabilitados e ali estão, para nosso deleite. 
Recomenda-se a caminhada, ao longo de um trajecto de um pouco mais de oito quilómetros, em dia de semana, pois aos fins de semana, conforme nos constou, a romaria é infindável e algum encanto ficará beliscado pela enorme afluência de interessados… e a paisagem sente-se melhor com alguma tranquilidade em nosso redor.

A ponte, lá em baixo, assinala de algum modo, o início do percurso… 

O grupo de jovens caminheiros.

Dois trechos dos passadiços, obra de notável engenharia e de uma estabilidade contrária à aparentemente enganadora fragilidade da estrutura.

Pelo caminho, a maravilha de uma Natureza ainda não alterada pela mão humana. Aqui, claramente, o curso de água dirigido ao rio Paiva, ofereceu-nos o desenho inusitado daquilo que me pareceu ser um coração de filigrana… Apreciem vocês mesmos.

A maravilha da digitalis purpurea – dedaleira ou campaínha, para os amigos…

… espreitando as «marmitas» escavadas pelo sobressalto do Paiva no duro granito, esculturas autênticas e sempre de elegância imbatível.

Algures, a meio do percurso, uma ponte pênsil, a desafiar medos de vertigens, dando ainda mais tempero à caminhada. Enfim, opcional, para tranquilidade daqueles a quem a vertigem é mais forte do que eles.

E cada trecho mais belo e apaziguador do que aquele já transposto.

Um habitante apenas da profusa diversidade que por lá de vai vendo. Aqui vo-la deixo, à amiga lesma, pela pouco vulgar coloração (negro retinto), bem como pela dimensão – cerca de 12 cm em repouso contraído…
E mais não mostro, pois aquilo é para ser visto no local e cada imagem rouba a dimensão do encanto. É ir, senhores. A inscrição faz-se na net e custa 1 €.

No dia seguinte uma visita ao Museu do Convento de Santa Mafalda, cujo espólio ou recheio é muito digno de ser visto.

Depois, rumo à Serra da Freita, mesmo ali mais à frente, tanto mundo para ver. Desde os vestígios, ancestrais ou mais recentes, que os humanos foram por lá deixando, até à magnífica paisagem, que tem um ponto alto (na verdadeira acepção do termo), na Panorâmica do Detrelo da Malhada – nome que, por si só, já é um poema…

Aí travámos conhecimento com um grupo de simpáticos exemplares arouqueses – a quem, aliás, já tínhamos prestado outro tipo de honras no dia anterior, na Tasquinha da Quinta, nomeadamente.

A paisagem, serrana e montanhosa, em paletas que sempre nos surpreendem e inspiram…

… mesmo se condimentadas com alguns «tem-de-ser» que a constrangem.

Logo mais, a Frecha da Mizarela, segundo parece a maior queda de água da Europa… E mesmo que o não seja, ponto obrigatório para lavar os olhos cansados das rotinas citadinas.

E, de seguida, mais uma originalidade muito nossa: as pedras parideiras da aldeia de Castanheira. Quase-quase único no mundo, este fenómeno geológico, apesar de ter ali já o seu centro interpretativo, mereceria talvez outro resguardo…  Mas isso, serão outros cantares. 

As covinhas que se avistam na rocha granítica eram o leito parideiro das pedras paridas, também chamadas, localmente, de ovelhas ou de jogas, mas a que os geólogos chamam encraves.
Por mim, fico-me pelo encanto das paridas, para não enjeitar o esforço enorme das suas parideiras.
Enfim, cá me vai ficando a sensação, cada mais enraizada, 
de que não chega uma vida para saber de Portugal todo. 

fui, foste, fomos a Óbidos
ao FÓLIO, na Casa dos Poetas com a Ler Devagar

Ei-los, em 25 de Outubro, por Óbidos, com açúcar e com afecto…
Não há muito para dizer para além do que por lá foi dito, ficando, assim, tudo por dizer para quem lá não foi. Na verdade, nestas vidas participativas… o interessante é mesmo participar, se me permitem a redundância jocosa. O relato posterior tem, como sabem, sempre muito menos graça.
Um dos ex libris da FÓLIO de 2015, o Elefante Salomão

A convite de José Pinho, da livraria Ler Devagar e pela Casa dos Poetas, foi-me proposta a organização de uma sessão de poemas que, inevitável e gostosamente, tive de associar aos tempos gloriosos da Poesia Vadia, na Ler Devagar do Bairro Alto, sob a égide de Pedro Mota, entre 2000 e 2005, grande alfobre de neófitos nos árduos caminhos de um poema. 
Assim, do mesmo modo e pelo mesmo modelo, entendi por bem estender o convite a quantos amigos quisessem partilhar comigo aquela oportunidade.

– Jorge Castro

Como amiúde ocorre nestas «vidas», um pequeno desfasamento temporal fez-nos aguardar que a porta do interessante local onde a sessão iria ter lugar se abrisse, o que nos proporcionou um tempo extra para colocar conversas e projectos em dia. 

Eis que, entretanto, a porta se abriu para apurarmos porquê um poema?… 

– Walter Lopes, que pontuou toda a sessão com a sua mestria

– Jorge Castro

parte do grupo de convidados

– Ana T. Freitas

– Rosário Freitas

– Francisco Queiroz

– Eduardo Martins
– Alzira Carrilho 

– Ana Maria Patacho

– Carlos Peres Feio

– Maria Diniz

– uma ilustre desconhecida de quem, lamentavelmente, não retive o nome; alguém sabe?

– ao centro, Maria Mestre que se esquecera da voz em casa, pelo que encontrou alguém que lha emprestasse, na pessoa da Ana T. Freitas…
E lá fomos, ronda a ronda, sem rumo predeterminado e sempre tendo em vista o horizonte, que se quer virtual, fugaz ou passageiro… 

Não eram muitos os lugares para a assistência, que foi evoluindo ao longo da sessão e ao sabor das chuvadas que se entretinham a pontuar o fundo musical do Walter Lopes com uma cadência muito própria. Entretanto, pela vila de Óbidos, decorriam muitos outros eventos literários, em simultâneo, Ou seja, entre a chuva e a «concorrência», a mão-cheia de assistentes que por ali foram passando, acabaram por ser uma verdadeira multidão…  

O Elefante Salomão partiu, então, para outras paragens, segundo tudo leva a crer, até ao próximo ano.

Momento de despedida feérica e algo olorosa…

O nosso anfitrião, José Pinho, da Ler Devagar, surpreendeu-nos com o convite para um jantar que nos caiu muito bem, que isto de amar muito também cansa, mas cujo anúncio muito tardio não permitiu, com grande pena nossa, que todos pudessem estar presentes.

E militantemente regressámos à Casa dos Poetas, para as rondas finais – pois que a sessão estava aprazada até às 24 horas – e nunca é demais qualquer oportunidade para uma boa mão cheia de afectos temperados com poemas, assim a modos que digestivo de circunstância… e até para o ano!
– Fotografias de Lourdes Calmeiro

sim, sim,vou indo de férias…

… ou em gozo de licença anual, que sempre é menos metafórico. 
Por terras de Miranda do Douro já fui. Assim, aqui fica um cheirinho, meio de partilha e outro tanto de causar inveja. Entre o sagrado e o profano, um olhar cheio e uma boa parte do espírito redimida com o mundo.  

Até já, que, agora, eu vou ali mas já volto!