e, agora, para falar de outra coisa…
já olhou, com olhos de ver, para a sua factura de electricidade?

Há, nesta espuma dos dias, como alguns lhe chamam, algumas coisas mais sólidas e substanciais nas quais não nos convém tropeçar sem que, pelo menos, arrisquemos sérios danos na canela dos pensamentos.
 
Ora, vem ao caso, a circunstância de me ter debruçado sobre o sacrossanto tarifário da electricidade que uso lá por casa e, após cuidado apuramento de factos, apurar que, afinal, a desgraçada violência doméstica é assumida por improváveis agentes, porventura com os mesmos perniciosos efeitos civilizacionais.   
 
Sabemos de uma praga que assola todos quantos tenham celebrado um contrato de fornecimento de electricidade, de há longos anos, e que se chamava «aluguer de contador» que consiste, por sua vez, numa espórtula prestada à entidade fornecedora tão só por nos dar a benesse de existir e apesar de cobrar, em paralelo, o consumo que, efectivamente, tivermos, em termos de Kwh consumidos.
 
Quando o avanço civilizacional decidiu considerar que aquele «aluguer» era um abuso e, concomitantemente, um insulto à inteligência e à dignidade do bom povo e, como tal, teria de ser erradicado, logo a inteligência do costume transmutou a coisa em «taxa de potência» – tudo sempre sob a alçada do forte braço da lei -, na perspectiva ancestral de que mudam as moscas mas não muda a matéria que as atrai. E assim se ficou a pagar o mesmo, o que, no fundo e bem vistas as coisas, era o que interessava.
 
Entretanto, o nível de sofisticação foi-se apurando graças aos sacrossantos avanços tecnológicos, também conhecidos por progresso, e essa «taxa de potência» passou a estar sustentada no argumento de que, enquanto o caduco e troglodita «aluguer de contador» pouca ou nenhuma variação tinha de cliente para cliente, esta «nova» taxa incidia agora sobre a «potência contratada». Leia-se, a capacidade, disponibilizada pela empresa fornecedora, de o cliente poder ligar, em simultâneo, cada vez mais electrodomésticos.
 
Ora, numa lógica sem lógica nenhuma – pois o consumo é suposto pagar-se pelos Kwh gastos e quantos mais electrodomésticos ligados, mais se consumindo, logo, mais se paga… – o pagador, se queria usufruir da possibilidade de  ligar um aquecimento ao mesmo tempo que passava a roupa a ferro e aproveitava o tempo (cada vez mais escasso) para lavar a roupa suja da semana, lá via aumentar a tal «taxa de potência» na sua inestimável facturinha, ao solicitar «instalação» aumentada de potência contratada.
 
Dito de outra maneira: o cliente paga mais para poder gastar mais… Percebe-se? Duvida-se.
 
Esse aumento, sem entrar noutros devaneios despiciendos, traduzia-se tão-só pela calibragem de um aparelhómetro, instalado a seguir ao contador de electricidade e que se chama disjuntor diferencial. Por acréscimo, além de calibrar a potência disponível, até tinha a simpatia de proteger a instalação em casos de curto-circuitos, o que até era, vamos lá e como disse, simpático e – lá está! -, civilizado.  Uma vez mais, o forte braço da lei dava cobertura ao enredo.
 
Um dia, em pleno cavaquismo, o País amanheceu com a privatização da empresa fornecedora deste bem. E, ao privatizá-la, algum jurista atento apurou que uma empresa privada não deve cobrar taxas… Enfim, que diabo, não estamos no México, não é? Logo a solução foi fácil e brilhante: mudou-se-lhe, de novo, o nome e passou a denominar-se então «encargo de potência», mantendo-se todos os demais pressupostos.
 
Aqui convém parar e referir que este «aluguer-taxa-encargo» sofre regulares aumentos anuais, como é de bom tom numa sociedade que caminha para o futuro…
 
Mas o irrequieto legislador não dorme sobre os louros conquistados e no seu afã de se actualizar em novas realidades e novos desafios, cada vez mais engrossado institucionalmente, até com entidade «reguladora» a preceito, que lhe vai conferindo uma armadura de aço – o «mercado regulado» – contra débeis tentativas de sobrevivência do cliente, a esbracejar aflito num consabido mar de taxas e taxinhas.
 
Encurtando razões, que o palavrório vai longo, eis o actual estado da arte – uma outra vez, com todo o suporte legal:
 
– O «encargo de potência» mantém-se;
 
– Os «contadores inteligentes» em fase de instalação, permitem a definição da tal «potência contratada», ficando os encargos de instalação do sistema de protecção à responsabilidade integral do utente/cliente… Será por isso que regressaram em força os incêndios motivados por curto-circuito…?  
 
– Para cúmulo, uma vez mais civilizacional, actualmente o preço do próprio Kwh também varia em função da «potência contratada», ou seja, o cliente paga mais para poder gastar mais (potência contratada) e paga mais cara cada unidade consumida por já pagar mais para poder gastar mais (diferencial de preço em função da potência). Confusos? Pois têm mais…

-Na factura emitida avisa-se o bom povo de algo quase iniciático: «O preço da electricidade inclui o valor X (sem IVA) correspondente às tarifas de acesso às redes, que contêm o valor dos Custos de Interesse Económico Geral (CIEG) no valor de Y. Estes valores são independentes do comercializador» – fim de citação e de paciência. E, então, perceberam?

 
Há, neste contexto, uma questão filosófica que me avassala: o que é tudo isto…?!?… Enfim, o que nos vale é que vivemos num estado de direito… Olha se não fosse!
 
 

um ligeiríssimo contributo…

Tanto se fala (mais à direita, claro) de legitimidades democráticas e outras coisas a modos que assim, que me lembrei de lançar mão de umas contitas que aqui partilho, para ver se se percebe o que está a acontecer na Assembleia da República, à luz de uma outra coisa que se chama Constituição da República Portuguesa:
Resultados eleitorais em Outubro de 2015:
PàF – PSD+CDS (tudo somadinho…) – 2.082.511 votos


– PS      – 1.747.685 votos
– BE     –    550.892 votos
– CDU  –   445.980 votos
– PAN –      75.140 votos
                      TOTAL destes 4 grupos – 2.819.697 votos

A dúvida que se me coloca:

– Qual é a parte da Democracia que os senhores da coligação fundida, que andam tão desesperados e exaltados, não está a perceber?

dizer tudo, sim, mas sempre com um ar sério…

Se eu vos disser, com um ar tão sério que mete dó, que, desde as mais recentes declarações do Sr. Silva e do Sr. Coelho o mundo começou a girar ao contrário, vocês acreditam? 
Se eu vos disser, com o mesmo ar seríissimo, que só votando a fazer o pino é que os «merklados» terão fé nas nossas possibilidades, vocês acreditam?
Se eu vos disser, mas tão sério que as pedrinhas da calçada se comoverão, que o Pai Natal, afinal, existe e neste Natal descerá à terra para oferecer a ponta de um corno (de rena, claro) a cada português, vocês acreditam? 

quotidiano delirante…

Que no Portugal das tampinhas, um presidente que desfralda bandeiras ao contrário desfaleça no púlpito, em pleno discurso do dia de Portugal, e caia nos braços de um militar, poderá considerar-se premonitório?

É que ele era tanta coisa a contrariá-lo, coitado: desde logo, Portugal todo; depois, aquela malta toda aos gritos; também, a proposta do «entendimento» a martelo entre todos os partidos, que nem ao Diabo lembra e que ninguém apoia… E o senhor já tem alguma idade. Pobre do pobre! Houve um que, caído da cadeira onde tomava banhos de sol, nunca mais se levantou. O Sol é terrível nestas idades!

Tenho para mim que, de facto, há uma idade em que todos nós devemos pensar em repousar de uma vida de canseiras. Só não percebo porque é que esta lógica parece não funcionar apenas para os «senhores do poder», que parecem poder exercê-lo até à baba, à tremedeira descontrolada, à incontinência física e verbal, à demência galopante. Mais outras malhas que o império tece. E o nosso pequeno império é tão pródigo nestes matusaléns eternizados no poder activo… ainda que, aqui, o conceito peque por demasiado optimista.

E, note-se, que falo do «poder activo» e não da muito importante opinião de senador, maturada por experiência vivida, que essa é muitíssimo respeitável e deve sempre ser escutada. Que todos lá vamos chegando…

Não deixa, assim, de ser curioso vermos que um regime que tanto maltrata, menospreza e desmerece os seus séniores, nos proponha, como figura cimeira do estado, um rapazola com mais de setenta anos, que se aguenta mal na tripeça. É, em boa verdade, uma inaudita violência por parte dos seus pares!

… É que nem me ocorre nada de mais emocionante para comentar sobre a ocorrência. Ó apagada e vil tristeza!

algumas destas não lembram ao Diabo…

Por deficiências congénitas, passo a vida arvorado em ingénuo militante e, porventura, vagamente estúpido, pelo que nem sempre, à primeira, me ocorre a preversidade de algumas coisas. Esta chegou-me há pouco e nem tive ainda oportunidade de lhe aplicar o filtro científico para apurar veracidades. Mas, como me encontro de férias, vou passá-la, à portuguesa curta, para que quem quiser lhe apure a tal veracidade… que deve ser verdadeira, claro:

Os JUÍZES e a CES

A CES (Contribuição Especial Solidariedade) não se aplica aos juízes !

JUSTIÇA (???) feita…a preceito! Mais um capítulo para a grande história da pulhice humana.

Os JUÍZES do TC e a CES..(contribuição especial de solidariedade)

É inacreditável!!… Esta gente já beneficia (não sei por que razão?) com a indexação das suas pensões aos trabalhadores no activo!!

Regalia dos JUBILADOS?!!!!

E agora, outra benesse: – não pagam CES!!!

Recebem as reformas por inteiro em caso de incapacidade por doença do foro psiquiátrico.

Auferem subsídio de renda de casa, no valor mensal de 750,00, mesmo morando em casa própria.

E depois vêm falar de equidade, justiça social, etc. e tal?

Isto só numa república das bananas!!

Espalhem pelos vossos contactos. Isto é serviço público!!

INACREDITÁVEL!!! COMO É POSSÍVEL!!! Que gente esta!!!

Eis a explicação para o “NÃO CHUMBO” da CES. Protegem-se a todos os azimutes e armadilham tudo à volta. E o Governo alinha.

Juízes e diplomatas não pagam CES sobre pensões

Escreveu o Jornal de Negócios que nem todos os reformados com pensões elevadas saem a perder com a decisão do Tribunal Constitucional (TC).

Os juízes e os diplomatas jubilados não são afectados pela polémica contribuição extraordinária de solidariedade (CES), viabilizada pelos juízes do TC.

E com a decisão do TC passam também, como qualquer funcionário público, a ter direito a subsídio de férias.

Estes pensionistas estão teoricamente equiparados aos funcionários públicos.

A CES não se aplica às suas pensões devido a uma norma do Orçamento do Estado que abre uma excepção para as “pensões e subvenções automaticamente actualizadas por indexação à remuneração de trabalhadores no activo”.

Claro,como água da fonte.

Se não fosse esta norma oportunissimamente introduzida na Lei do Orçamento, a CES teria sido certamente chumbada.

Chamem-lhes o que quiserem, mas eles estão-se todos borrifando…

E certamente riem-se … (final da mensagem recebida)