«a luta é uma alegria»

O autor deste blog aqui declara solenemente que está de corpo e alma com os Homens da Luta nesta sua aventura pela Eurovisão.
Contra os fariseus da «opinião pública», arvorados em mentores do pensamento de um povo, dos defensores mais ou menos assumidos do politicamente correcto, e muito a favor da paródia de ir à casa da senhora Merckel gritar, ao som de bombos, que «A Luta É Uma Alegria», estou com o Jel, o Falâncio e os amigos.
Pasmo de ler opiniões de melindrados e de malandrins de vários quadrantes invocando que, assim, se dá uma má imagem da «grande qualidade da música portuguesa». A hipocrisia aliada à estupidez, assanhada pela demagogia, atinge, na verdade, píncaros inexcedíveis! É, então, aquele o fórum preferencial para a música ligeira de qualidade? Muito me espanta…
E, pior, faz-me lembrar comentários que ouvi quando o Fernando Tordo levou a Tourada, do Ary dos Santos, ao mesmíssimo  festival da Eurovisão. Sem fazer comparações espúrias, faço, no entanto, aquelas que me parecem óbvias. 
E, hoje, a Tourada é um ícone. E não tanto pela qualidade literária do poema ou do brilhantismo da melodia, mas muito mais pela ousadia de, ali e então, se ter tido a coragem de chamar os bois pelos nomes, com a agilidade bastante para tourear a Censura, mesmo num espectaculozinho para a burguesia acomodada como é essa coisa do Festival da Eurovisão – comercialão então, como agora. 
Mais: face à piroseira generalizada das musiquinhas que, com ligeiríssimas excepções, ontem por ali passaram, só há mesmo uma atitude a tomar: viva os Homens da Luta!
(Sim, sim, arvorado em burguês acomodado, eu assisti, este ano, ao festival na versão doméstica… Portanto, sempre falo do que ouvi.)        

Estaremos, também e agora, a criar a «geração na merda»?

Na Escola Secundária (pública) de Linda-a-Velha, às portas de Lisboa – escola com mais de mil alunos, portanto não estando ainda para fechar nos próximos dois ou três meses, consoante as práticas ministeriais socretinas -, por ausência absoluta de pessoal dito auxiliar ou de apoio ou de qualquer outra coisa, compete aos professores e aos alunos (!!!…???) a limpeza das casas de banho, vulgo sanitários, bem como das salas de aula.
Ver entrevista a alunos e notícia em: http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/escola-linda-a-velha-professores-limpezas/1236922-4201.html.
Fica, assim, dado um importante passo no sentido, que se adivinha desidério superior desta maralha mandante, de transformar o ensino público, em Portugal, numa actividade de merda – e, aqui, perdoem-me, mas se não utilizo o vernáculo, ainda me dá uma coisinha má…!

Nova crónica no PersuAcção. Ver texto completo AQUI.

ó ai ó Deolinda…

Olhai, senhores, como é diferente a bruteza em Portugal. E, também, como tanta bacorada proferida sobre o recente tema dos Deolinda, me deixa uma indizível sensação de vergonha, enquanto representante dos pais que têm toda a responsabilidade em quantas gerações rasca, ou à rasca ou nem-nem vêm produzindo nos últimos quatro decénios…
Desde fazer comparações espúrias com o José Afonso – o que é tão estúpido, anacrónico e insultuoso para o próprio como para os Deolinda, pois, como devia ser sabido, cada roca com seu fuso e cada tempo com seu uso… – até aproveitar para menosprezar ou mesmo denegrir a imagem do grupo musical, numa prática muito própria dos portugas retardados ou diminuídos mentais por razões não fisiológicas, mas bem instalados nas tetas da porca estatal, tudo tem valido para esses mais desvairados gurus da nossa praça lavrarem as sentenças mais disparatadas a propósito… de tal despropósito.
Ouvidos, lidos ou vistos, curiosamente nenhum, poucos, muito poucos tiveram o discernimento ou o golpe de asa de apurar, tão-somente, que o único paralelismo legítimo a considerar nestas considerações é a capacidade mobilizadora que uma canção pode ter, de súbito arvorada em bandeira de um qualquer movimento social de descontentamento que não encontra, à mão de semear, outro modo expedito de se manifestar.
– Nova crónica no blog PersuAcção – podem ver toda a crónica AQUI.

Há tantos anos a jogar ao rapa, chegou a vez do dominó
– novo artigo de opinião no blog Persuacção

O que fará mover aquele mar de gente que perturba a tão aparente quanto frágil quietude dos países do norte de África? O que leva a que tantos homens e mulheres, avós, pais e filhos, desçam à rua com gritos e pedras de revolta que tanto afligem a nossa pantanosa pacatez?
E afligem porquê? Porque não temos o expediente fácil e costumeiro da cegueira do conflito religioso ou, até, da alienada paixão clubística, na origem de tão imensas multidões? Porque a evidência de se estar disposto a dar o corpo às balas pela causa da justiça social está tão afastada assim das penosas consciências europeias ou «ocidentais»?
A verdade é que, talvez ainda algo afastados das realidades quotidianas que originam tais revoltas, nós, portugueses, aqui bem perto, temos vindo a ser conduzidos para esse redil de iniquidades sociais, através de diversos processos de anestesia, quase sem um estremecimento, quase sem um pestanejar.

– ler o restante artigo AQUI

a mão estendida de alguns pobres ricos…

… no blog PersuAcção, poderão ver a crónica completa. Mas poderão ver muito mais, que vão ficando por ali excelentes textos de vários autores que eu recomendo, sem excepção…

Então, na minha mais recente crónica, digo eu que…

Uma das coisas que caracteriza a idealizada «sociedade de informação» em que supostamente vivemos é, exactamente, a proliferação de fontes de desinformação, que criam ao vulgar cidadão uma dispersão aleatória de abordagens sobre cada assunto em análise, geradora, afinal, de uma opacidade para a interpretação, que conduz a que nunca saibamos onde se encontra a verdade… ou, sequer, uma réstia dessa verdade, que nos ilumine o viver.
Vem este arrazoado a propósito do drama terrífico das escolas privadas e/ou cooperativas ou associativas – desde logo é necessário ser um iniciado para se perceber do que se trata – que, à míngua de subsídios estatais, mesmo ao arrepio de anteriores situações contratualizadas, diga-se, poderão ver-se constrangidas a despedir docentes e pessoal auxiliar (se é que, destes, ainda os têm), prescindir de equipamentos e de oferta ou, até, fechar as portas, para descabelamento desesperado dos «ricos» (ou talvez não…) progenitores das pobres crianças… e tal… e tal…