O que fará mover aquele mar de gente que perturba a tão aparente quanto frágil quietude dos países do norte de África? O que leva a que tantos homens e mulheres, avós, pais e filhos, desçam à rua com gritos e pedras de revolta que tanto afligem a nossa pantanosa pacatez?
E afligem porquê? Porque não temos o expediente fácil e costumeiro da cegueira do conflito religioso ou, até, da alienada paixão clubística, na origem de tão imensas multidões? Porque a evidência de se estar disposto a dar o corpo às balas pela causa da justiça social está tão afastada assim das penosas consciências europeias ou «ocidentais»?
A verdade é que, talvez ainda algo afastados das realidades quotidianas que originam tais revoltas, nós, portugueses, aqui bem perto, temos vindo a ser conduzidos para esse redil de iniquidades sociais, através de diversos processos de anestesia, quase sem um estremecimento, quase sem um pestanejar.

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