O autor deste blog aqui declara solenemente que está de corpo e alma com os Homens da Luta nesta sua aventura pela Eurovisão.
Contra os fariseus da «opinião pública», arvorados em mentores do pensamento de um povo, dos defensores mais ou menos assumidos do politicamente correcto, e muito a favor da paródia de ir à casa da senhora Merckel gritar, ao som de bombos, que «A Luta É Uma Alegria», estou com o Jel, o Falâncio e os amigos.
Pasmo de ler opiniões de melindrados e de malandrins de vários quadrantes invocando que, assim, se dá uma má imagem da «grande qualidade da música portuguesa». A hipocrisia aliada à estupidez, assanhada pela demagogia, atinge, na verdade, píncaros inexcedíveis! É, então, aquele o fórum preferencial para a música ligeira de qualidade? Muito me espanta…
E, pior, faz-me lembrar comentários que ouvi quando o Fernando Tordo levou a Tourada, do Ary dos Santos, ao mesmíssimo  festival da Eurovisão. Sem fazer comparações espúrias, faço, no entanto, aquelas que me parecem óbvias. 
E, hoje, a Tourada é um ícone. E não tanto pela qualidade literária do poema ou do brilhantismo da melodia, mas muito mais pela ousadia de, ali e então, se ter tido a coragem de chamar os bois pelos nomes, com a agilidade bastante para tourear a Censura, mesmo num espectaculozinho para a burguesia acomodada como é essa coisa do Festival da Eurovisão – comercialão então, como agora. 
Mais: face à piroseira generalizada das musiquinhas que, com ligeiríssimas excepções, ontem por ali passaram, só há mesmo uma atitude a tomar: viva os Homens da Luta!
(Sim, sim, arvorado em burguês acomodado, eu assisti, este ano, ao festival na versão doméstica… Portanto, sempre falo do que ouvi.)