100 Noites com Poemas

A breve trecho, divulgarei neste espaço algumas imagens do lançamento do livro-álbum 100 Noites com Poemas.  
 
Culminar de uma longa e desvairada saga, mas rodeado de gente excelente, aqui fica lavrado testemunho para memória futura, como se diz.
 
E belíssimo testemunho, deixem lá que a minha vaidade e orgulho o digam!
 
Com a imensa gratidão que distribuo pela multidão dos presentes no evento.

Natal, o tal, sempre que a gente o quiser…

… e que afeiçoaremos como melhor nos aprouver.

De mim, recebam esta família primordial – lá está, afeiçoada por olhos que tiveram artes de ver de outra maneira – e que, sem fragilizarem o conceito, bem pelo contrário o fortalecem.

 (- Artesanato da serralharia O Pinha, de Manuel Machado, em Celeirós, Braga)  
 
O Natal é uma janela
 
o Natal é uma janela
que abrimos a quem passa
tão-só para cumprimentar
dando um ar da nossa graça
porque o tempo passa
passa
sem dar tempo de parar
 
temos musgo
e azevinho
na ombreira da janela
não vá o nosso vizinho
passar também a correr
e nem sequer dar por ela
 
o Natal tem afinal
esse dom de por um dia
– ou
vamos lá… por um mês –
sentirmos essa alegria
de sermos gente outra vez
 
de ficarmos à janela
aberta de par em par
lançando à rua um sorriso
e deixando entrar o ar
que nos varra os pesadelos
os medos
as aflições
de que estamos pelos cabelos
sem aprendermos lições
 
o Natal é esse olhar
que vai além da vidraça
e que nos mostra quem passa
apenas por lá passar
 
um tempo de ter presente
mesmo quando estamos sós
que quem quer que passe em frente
da janela que abrirmos
de repente descobrirmos
ser gente
tal como nós.
 
– Jorge Castro
Dezembro de 2016

mas que merda!

Nota (que não tem nada a ver com isto… ou talvez não):

Carais! Só para contrariar e redescobrir as cores do arco-íris, irei hoje participar em jantar de homenagem a Hélder Costa, na Associação 25 de Abril, pelas 20 horas. 
Que venha, também, quem vier por bem!

Os votos de Jacques Brel,
no primeiro de Janeiro de 1968 (Europe 1)

Mão amiga fez-me chegar esta mensagem, proveniente já da lonjura do tempo mas, como é useiro e vezeiro naqueles que escrevem a Vida com maiúscula, que poderia muito bem ter sido escrita ontem ou, até, depois de amanhã… Aqui a partilho, com a ousadia de ser minha a retroversão do original, em francês:    
«Desejo-vos
sonhos sem fim e a vontade furiosa de realizar alguns. Desejo-vos que amem o
que é preciso amar e que esqueçam o que é preciso esquecer. Desejo-vos paixões,
desejo-vos silêncios. Desejo-vos cantos de aves ao despertar e risos de
crianças. Desejo-vos que respeitem as diferenças dos outros, porque o mérito e
o valor de cada um estão muitas vezes por descobrir. Desejo-vos que resistam à
estagnação, à indiferença e às virtudes negativas da nossa época. Desejo-vos
enfim que nunca renunciem à procura, à aventura, à vida, ao amor, pois a vida é
uma aventura magnífica e ninguém razoável deve renunciar a ela sem travar uma
rude batalha. Desejo-vos sobretudo que sejam vocês próprios, orgulhosos de o
ser e felizes, pois a felicidade é o nosso verdadeiro destino.» 
Será, porventura, a minha tradução canhestra, mas parece-me inteligível o bastante para a subscrever como uma bela mensagem para dedicar a todos para o ano de 2016. E, já agora, para os anos seguintes, também… 

quem chamou a troika?

Não vá o Diabo tecê-las e em face das desvairadas opiniões sobre este ponderoso assunto, aqui deixo a informação de que também não fui EU que chamei a troika!