by OrCa | Mar 11, 2007 | Sem categoria |
em fundo o mar das caravelas
e eu correndo
para cá das ondas
a entrevê-las
talvez assim enfunado
– dá-nos o vento do mesmo lado –
me faça ao mar
para merecê-las
o sol que nos traz estas viagens
é enganador o sol dourado
e tantas naus são só miragens
– estou cá eu para sabê-las
– foto e poema de Jorge Castro
by OrCa | Mar 4, 2007 | Sem categoria |
no meu quintal
de pardal
fica o melro
no caminho
é assim que gosto dele
entre o melro e o pardal
saltitando à flor da pele
cada um faz nele o ninho
– foto e poema de Jorge Castro
by OrCa | Fev 26, 2007 | Sem categoria |
Notícia Trágica de Acidente na Cidade
uma viatura atropelou uma pomba na avenida
nada vi em pormenor
apercebi só por alto
um frémito fugaz
exangue
e na cinza do asfalto
nasceram asas de sangue.
– foto e poema de Jorge Castro
poema publicado no livro “Contra A Corrente – poemas que eu digo”
by OrCa | Fev 22, 2007 | Sem categoria |
à Anabela, pelo cuidado e pelo interesse, uma flor…
quase nada enfim de quase tudo
se faz o que na vida procuramos
quase nada mais subtil e mais estreito
do que a linha de um abraço a irmanar-nos
quase nada ou quase tudo
e desenganos
serão laços mais unidos que criamos
na urgência de viver
nos fique o jeito
de assim viver melhor
quando nos damos.
– foto e poema de Jorge Castro
*
E amanhã, dia 23, no Bar do Mercado da Ribeira,
em Lisboa, pelas 22h30,
cantar-se-á José Afonso.
Alguns poemas serão ditos, também.
Que quem lá for leve um amigo, também.
by OrCa | Fev 7, 2007 | Sem categoria |
e por cá vamos
de sonho em riste e de alma temperada
o teu tempo é o meu
a mesma estrada.
felizmente o horizonte!
ninguém dirá que além dele não há mais nada.
– poema de Jorge Castro
*
SIM,
apenas SIM porque amar é um acto voluntário e consciente.
Amar não é um ditame de estruturas sociais,
de conveniências éticas ou, sequer, de fugazes e inconsistentes circunstâncias.
E um filho ama-se. Por isso se quer um filho.
Não o filho da exclusão social, seja ele despejado à sorte da amargura de um bairro degradado, seja abandonado à orfandade de um jardim de infância luxuoso, com motorista a transportá-lo de solidão em solidão.
Aos que defendem o NÃO com o argumento tíbio da “defesa da vida” sem uma palavra, uma atitude, uma lágrima pela tragédia contra a vida que todos os dias ocorre no Iraque – que digo eu? – em todo o mundo, lhes quero dizer como é gritante a sua incoerência… Na verdade, é bem mais fácil e muito mais cómodo entoar loas à vida que lá vem, do que pugnar por aquelas que por cá andam.