e por cá vamos
de sonho em riste e de alma temperada

o teu tempo é o meu
a mesma estrada.

felizmente o horizonte!

ninguém dirá que além dele não há mais nada.

– foto de LC

– poema de Jorge Castro
*
SIM,
apenas SIM porque amar é um acto voluntário e consciente.

Amar não é um ditame de estruturas sociais,
de conveniências éticas ou, sequer, de fugazes e inconsistentes circunstâncias.

E um filho ama-se. Por isso se quer um filho.

Não o filho da exclusão social, seja ele despejado à sorte da amargura de um bairro degradado, seja abandonado à orfandade de um jardim de infância luxuoso, com motorista a transportá-lo de solidão em solidão.
Aos que defendem o NÃO com o argumento tíbio da “defesa da vida” sem uma palavra, uma atitude, uma lágrima pela tragédia contra a vida que todos os dias ocorre no Iraque – que digo eu? – em todo o mundo, lhes quero dizer como é gritante a sua incoerência… Na verdade, é bem mais fácil e muito mais cómodo entoar loas à vida que lá vem, do que pugnar por aquelas que por cá andam.