em Coruche
com Ana Freitas
o montado – um lugar poético

Vai já na terceira edição a iniciativa encabeçada por Ana Freitas, em Coruche, no Café da Vila – bem hajas, Graça! -, desta feita com o estimulante desafio: O montado – um lugar poético.
Como vem acontecendo, uma sala cheia… de participantes! Contar-se-ão por escassos dedos da mão quantos estiveram presentes apenas para ouvir, sem que, em momento dado, não participassem também. Veja-se a participação abaixo, que não é exaustiva porquanto alguns «bonecos» falharam.
Ainda assim, uma sala cheia, activa e participativa, a qual se vai tornando hábito ser antecedida por alegre jantarada, que desemboca. logo mais, na poesia.
Fica, assim, uma vez mais e sempre, provado que estes espaços têm o seu espaço, com lugar mais ou menos marcado, mas dependendo para que aconteçam apenas o golpe de asa, o passo em frente e a conjugação de vontades.
Aqui o louvor vai direitinho para a Ana Freitas que personificou tudo isso. E levou avante. E os amigos vieram. E, depois, outros. E trouxeram outros mais… e o Café da Vila rompe-se pelas costuras, dele extravasando poemas por tudo quanto é canto. Maravilha!    
Mais jeito, menos jeito? Mais tarimba ou menos? Isso que interessa. Interessa é que «o caminho se faz caminhando» e, pelos vistos, em Coruche há pernas para andar.
– Ana Freitas

– Bruno Dinis e Ricardo Silva

– Ana Luísa Taxa

– Rosa Pais

– Jorge Castro

– Rosário Freitas

– Manuela Cabecinhas

– Eduardo Martins

– Tomiça

– Francisco José Lampreia

– Clara Pereira

– Alzira Carrilho

– Maria Augusta Ambrósio

– Arlindo Pirralho

– José Cordeiro

– José Proença

– Carlos Peres Feio

– Francisco José Lampreia e Estefânia Estevens

– Estefânia Estevens

– Bruno Dinis

– Fernando Magalhães

– Isilda Gagueja

– Jesus Cordeiro
Ver mais imagens e comentários AQUI
– Fotografias de Lourdes Calmeiro e Jorge Castro

Dia Mundial da Poesia
nas Caldas da Rainha

Como vem sendo já tradição, com organização da Comunidade de Leitores das Caldas da Rainha, o Dia Mundial da Poesia aconchega-se ao sábado seguinte do calendário, a bem das disponibilidades de todos.
Também este ano, como sempre com um ambicioso programa, rumámos às Caldas da Rainha, em intercâmbio de colaborações e de afectos.
Teve início a sessão com uma justíssima homenagem, por parte da Comunidade de Leitores a Isabel Gouveia, nome literário da escritora e poetisa Isabel Pereira Mendes, que me perdoará o quase despautério de a nomear como companheira destas lides, pelas Caldas da Rainha e no mundo dos poemas, desde os meus incipientes passos pelos mares das escrevinhações. 
Senhora de extensa, multifacetada, polivalente e muito interessante obra, nada mais justo, pois, que o reconhecimento público do mérito se impusesse.

Para tanto e em abertura de sessão, Palmira Gaspar, da Comunidade de Leitores, fez a apresentação da autora, enunciando intenso currículo de vida e obra.

Seguida de apreciação apologética a cargo do ensaísta e crítico José Fernando Tavares, que dissertou  sobre a obra de Isabel Gouveia, com especial realce para a sua vertente poética.
Foi, então, chegada a altura de dar voz aos poemas da homenageada, para o que uniram forças:

Ana Freitas

David José Silva

Francisco José Lampreia

João Baptista Coelho

Jorge Castro

Perante um público vasto, atento e interessado, integrou, também, esta homenagem, emprestando a sua voz à obra da homenageada…

Sinde Filipe, conhecido autor e uma excelente voz de dizer poesia, o que aliou à sua qualidade de amigo pessoal da autora e que nos trouxe um bouquet de poemas da autora, em encadeado criteriosamente seleccionado. 

António Cacho – colega e amigo da autora

Fátima Tomé (Os Pimpões)

Orêncio Nunes (Os Pimpões)
Algumas outras vozes, outras amizades, quiseram associar-se a esta homenagem a Isabel Gouveia; em primeiro lugar, duas jovens premiadas em concurso de poesia do Colégio Rainha D. Leonor, das Caldas da Rainha, 

Joana Franco – 2ª classificada, com o poema O que é a vida 

Joana Cavaco – 1ª classificada, com o poema O Sonho de Alice
Duas jovens vencedoras locais em concursos escolares de poesia deram o seu contributo no sentido de se estabelecerem as pontes sempre necessárias e urgentes entre gerações, como modo elementar de se manter acesa a chama.   
O Grupo Coral dos Pimpões, aqui apresentado por Carlos Gaspar da Comunidade de Leitores, e…

… o Maestro Joaquim António Silva surpreenderam-nos com a sua interpretação de uma belíssima série de composições de Fernando Lopes Graça, que dão corpo a outros tantos poemas de grandes poetas portugueses. .  

Um nome mais que tende a ser deixado cair no esquecimento por quem tem da nossa cultura uma espécie de «alergia» idiota… e verdadeiramente inculta. Bem haja, então, quem assuma a coragem de seleccionar tal repertório, ainda para mais com a graça complementar de ter sido aluno do mestre Fernando Lopes Graça. 

O Grupo Coral Os Pimpões foi acompanhado pelo pianista Robert Patten. Valha-nos, então, a existência de não-portugueses a quem sabe bem deixar-se cativar pelo que se faz bem feito nesta charneira do mundo.  

Os Pimpões colheram, naturalmente, forte aplauso da plateia.

Margarida Rézio, da Comunidade de Leitores encerra a homenagem com um poema de Isabel Gouveia.

Mena Santos

Nova ronda de poemas, desta feita originais de cada um dos autores presentes, que culminou com a entrega a Isabel Gouveia das flores do nosso contentamento. 

Coube-me, por fim, apresentar o meu mais recente livro Vinte Poemas por Amor e Uma Canção Inesperada

… no que contei com a preciosa colaboração de Estefânia Estevens, em périplo magnífico pelos Jardins do Nunca…


… que sequenciei com a leitura de vários poemas deste meu livro, com notável acolhimento por parte de público presente, que resistiu, interessado e interessante, a todo o decorrer da sessão.

A Dra. Aida Reis, directora da Biblioteca Municipal das Caldas da Rainha, a quem ficamos devedores por tão afável acolhimento, encerrou a sessão, já com votos de que mais sessões ocorram.  

A costumeira sessão de autógrafos… que, convenhamos, apesar da promoção de eventuais tendinites, nos enche a alminha de contentamento. 
– Fotografias de Lídia Castro e de Lourdes Calmeiro

letras com cores
noites com poemas
poemas coloridos

Isabel Nunes trouxe à Biblioteca Municipal de Cascais, em São Domingos de Rana, uma soberba representação da sua obra, que disponibilizou em desafio de criatividade para que um grupo de poetas  interpretasse cada quadro em forma de palavras.

Feitas que foram, como habitualmente, as honras da casa, a própria Pintora… 

… nos fez a apresentação sumária mas vívida da sua obra…

… em percurso que, a ter algum reparo, apenas se lamentaria o ser de exposição tão breve, por tanta cor que haveria a dizer.

Valeu, então, Isabel Lousada, que estabeleceu, através de Florbela Espanca… 

… a ligação entre a poesia de Florbela e a pintura de Isabel Nunes…

…. recorrendo ao que eu chamaria de coreografia entre a imagem e a palavra.

Ilustra essa coreografia, chamando a participação de Luís Perdigão

… de quem, em boa hora, tivera conhecimento recente e que, uma vez mais, provou ser este, contra ventos e marés menos propícios, o país dos poetas que procuramos. De que carecemos.

No círculo de afectos que estas sessões sempre propiciam, chegou a vez de Isabel Figueiredo

… nos brindar com Florbela cantada em tom de fado, com sentida interpretação e a dificuldade acrescida de o fazer a capella, mas deixando-nos bem cientes de que a música – sempre fazendo falta – no momento não seria relevante.
Depois, os enlaces da palavra e da cor, de cada poema com cada pintura, na partilha da fusão proposta. 
Ana Freitas, com Chinoiseries


David José Silva com As Tentações de Eva   

Eduardo Martins com Violeta

Francisco José Lampreia, muito Fashion 

O Vinho, em libações repartidas entre Isabel Figueiredo, Ana Freitas, que deu voz a poema de Carlos Peres Feio, e eu próprio…

… tendo todos sido surpreendidos por uma excelente réplica ao desafio suscitado pelo Senhor Vinho, de Amália, através da claríssima voz de Isabelinha Costa que, segundo julgo saber, vai tendo créditos firmados como fadista e estabeleceu aqui uma bela ponte entre gerações.

Um brinde a quatro, que assim se propagou de imediato a toda a sala.

Coube-me, também, «defender as cores» d’O Biombo

A João Baptista Coelho

… uma muito interessante introdução à sua abordagem poética feita ao quadro (A)Feições

Verde em Sol&Lua…

… com Ana Patacho e José Proença, proporcionando mais cor às palavras, através de poemas inspirados em Kuei-Li

Todo o ramalhete rematado em fita de ouro, com Isabel Figueiredo interpretando Pedro Homem de Melo e o já de todos nós Povo que Lavas no Rio

Era chegada a hora de dar voz, como sempre, aos presentes, transmutados então em participantes, devolvendo às nossas convidadas o quanto de melhor cada um terá para oferecer e que lhe é suscitado pelo desafio lançado em cada sessão.   

Emília Gonçalves

Tina

David José Silva

Luís Perdigão

David Zink

Feliz Soares

De novo e uma vez mais, uma sala cheia, um ambiente cordial, interessado e interessante…

… participativo e bem humorado, com o apoio de provas secas ou cegas, relevando-se de tudo quanto ali ocorreu esse conceito subjacente de nação, que nos é tão caro, tão entranhado e tão cioso da sua infinita diversidade enriquecedora.
– Fotografias de Lídia Castro e de Lourdes Calmeiro

noites com poemas
– cruzando mares

Em 1498, Vasco da Gama aportou o lugar que hoje se chama Quelimane, junto ao Rio Cuacua, onde foi construído o Forte de São Martinho.

Houve um cordial encontro com o hospitaleiro e afável povo Chuabo. Deste encontro nasceu Poesia!

O Rio foi baptizado como o Rio dos Bons Sinais, por tudo de bom que augurava e então se passou com a descoberta do caminho marítimo da milenar índia.

Do encontro nasceram, entretanto, vários reencontros que desembocaram poeticamente no Tejo, de onde partiram as Naus.

E lá fomos, navegando ao sabor das palavras, quais ventos e marés, com as mesmas inquietações e imprecisas certezas ou  mutáveis constâncias…

De timoneiros, o Delmar Maia Gonçalves e a Vera Novo Fornelos. E outros havia, que se terão perdido nalguma inesperada tormenta… 

Mas chegam sempre os que nos chegam. E bastam-nos se, no fim, deles querermos ainda mais…

Não se cumpriu Moçambique ou Portugal, nem tão longe iam os nossos desidérios, que se constroem em cada dia que passa e sempre renovados. Mas ficamos todos mais próximos, decerto. 

A Carlos Peres Feio e a mim cumpriu-nos fazer as honras aos convidados, outra vez na irmandade das palavras de uma língua única, mas de colorido diversificado, daí a sua maior riqueza e vitalidade.

A sala, como sempre, bem composta, de gente, de afectos e de interesses.  

– Maria Francília Pinheiro – 

– Francisco José Lampreia – 

– José Proença – 

– Ana Freitas – 

– João Baptista Coelho – 

– Maria Maya – 

– David Zink – 

– David José Silva – 

– Eduardo Martins – 

Talvez a nossa fluência não se tenha equiparado à do Tejo ou do Zambeze, mas não nascem os grandes rios de pequenas fontes? 
– Fotografias de Lourdes Calmeiro e de Lídia Castro –