Em 1498, Vasco da Gama aportou o lugar que hoje se chama Quelimane, junto ao Rio Cuacua, onde foi construído o Forte de São Martinho.

Houve um cordial encontro com o hospitaleiro e afável povo Chuabo. Deste encontro nasceu Poesia!

O Rio foi baptizado como o Rio dos Bons Sinais, por tudo de bom que augurava e então se passou com a descoberta do caminho marítimo da milenar índia.

Do encontro nasceram, entretanto, vários reencontros que desembocaram poeticamente no Tejo, de onde partiram as Naus.

E lá fomos, navegando ao sabor das palavras, quais ventos e marés, com as mesmas inquietações e imprecisas certezas ou  mutáveis constâncias…

De timoneiros, o Delmar Maia Gonçalves e a Vera Novo Fornelos. E outros havia, que se terão perdido nalguma inesperada tormenta… 

Mas chegam sempre os que nos chegam. E bastam-nos se, no fim, deles querermos ainda mais…

Não se cumpriu Moçambique ou Portugal, nem tão longe iam os nossos desidérios, que se constroem em cada dia que passa e sempre renovados. Mas ficamos todos mais próximos, decerto. 

A Carlos Peres Feio e a mim cumpriu-nos fazer as honras aos convidados, outra vez na irmandade das palavras de uma língua única, mas de colorido diversificado, daí a sua maior riqueza e vitalidade.

A sala, como sempre, bem composta, de gente, de afectos e de interesses.  

– Maria Francília Pinheiro – 

– Francisco José Lampreia – 

– José Proença – 

– Ana Freitas – 

– João Baptista Coelho – 

– Maria Maya – 

– David Zink – 

– David José Silva – 

– Eduardo Martins – 

Talvez a nossa fluência não se tenha equiparado à do Tejo ou do Zambeze, mas não nascem os grandes rios de pequenas fontes? 
– Fotografias de Lourdes Calmeiro e de Lídia Castro –