Isabel Nunes trouxe à Biblioteca Municipal de Cascais, em São Domingos de Rana, uma soberba representação da sua obra, que disponibilizou em desafio de criatividade para que um grupo de poetas interpretasse cada quadro em forma de palavras.
Feitas que foram, como habitualmente, as honras da casa, a própria Pintora…
… nos fez a apresentação sumária mas vívida da sua obra…
… em percurso que, a ter algum reparo, apenas se lamentaria o ser de exposição tão breve, por tanta cor que haveria a dizer.
Valeu, então, Isabel Lousada, que estabeleceu, através de Florbela Espanca…
… a ligação entre a poesia de Florbela e a pintura de Isabel Nunes…
…. recorrendo ao que eu chamaria de coreografia entre a imagem e a palavra.
Ilustra essa coreografia, chamando a participação de Luís Perdigão…
… de quem, em boa hora, tivera conhecimento recente e que, uma vez mais, provou ser este, contra ventos e marés menos propícios, o país dos poetas que procuramos. De que carecemos.
No círculo de afectos que estas sessões sempre propiciam, chegou a vez de Isabel Figueiredo…
… nos brindar com Florbela cantada em tom de fado, com sentida interpretação e a dificuldade acrescida de o fazer a capella, mas deixando-nos bem cientes de que a música – sempre fazendo falta – no momento não seria relevante.
Depois, os enlaces da palavra e da cor, de cada poema com cada pintura, na partilha da fusão proposta.
Ana Freitas, com Chinoiseries
David José Silva com As Tentações de Eva
Eduardo Martins com Violeta
Francisco José Lampreia, muito Fashion
O Vinho, em libações repartidas entre Isabel Figueiredo, Ana Freitas, que deu voz a poema de Carlos Peres Feio, e eu próprio…
… tendo todos sido surpreendidos por uma excelente réplica ao desafio suscitado pelo Senhor Vinho, de Amália, através da claríssima voz de Isabelinha Costa que, segundo julgo saber, vai tendo créditos firmados como fadista e estabeleceu aqui uma bela ponte entre gerações.
Um brinde a quatro, que assim se propagou de imediato a toda a sala.
Coube-me, também, «defender as cores» d’O Biombo
A João Baptista Coelho…
… uma muito interessante introdução à sua abordagem poética feita ao quadro (A)Feições
Verde em Sol&Lua…
… com Ana Patacho e José Proença, proporcionando mais cor às palavras, através de poemas inspirados em Kuei-Li
Todo o ramalhete rematado em fita de ouro, com Isabel Figueiredo interpretando Pedro Homem de Melo e o já de todos nós Povo que Lavas no Rio
Era chegada a hora de dar voz, como sempre, aos presentes, transmutados então em participantes, devolvendo às nossas convidadas o quanto de melhor cada um terá para oferecer e que lhe é suscitado pelo desafio lançado em cada sessão.
Emília Gonçalves
Tina
David José Silva
Luís Perdigão
David Zink
Feliz Soares
De novo e uma vez mais, uma sala cheia, um ambiente cordial, interessado e interessante…
… participativo e bem humorado, com o apoio de provas secas ou cegas, relevando-se de tudo quanto ali ocorreu esse conceito subjacente de nação, que nos é tão caro, tão entranhado e tão cioso da sua infinita diversidade enriquecedora.
– Fotografias de Lídia Castro e de Lourdes Calmeiro
O que eu perdi, meu caro o que eu perdi… Uma arreliadora e persistente gripalhada me fez ficar em casa.
Parabéns pelo teu trabalho e da tua equipa.
Abraço
(na próxima vou, nem morto que esteja)
com um "joelho ao peito" não estive, mas contribui como contribuinte que sou, com o meu copo de vinho (uma história – do livro "podiamsermais" de 2007) – Grato a Ana T.Freitas pela colaboração –
c. peres feio
Uma excelente noite de poesia, pintura e fado.
Estão todos de parabéns!