Como vem sendo já tradição, com organização da Comunidade de Leitores das Caldas da Rainha, o Dia Mundial da Poesia aconchega-se ao sábado seguinte do calendário, a bem das disponibilidades de todos.
Também este ano, como sempre com um ambicioso programa, rumámos às Caldas da Rainha, em intercâmbio de colaborações e de afectos.
Teve início a sessão com uma justíssima homenagem, por parte da Comunidade de Leitores a Isabel Gouveia, nome literário da escritora e poetisa Isabel Pereira Mendes, que me perdoará o quase despautério de a nomear como companheira destas lides, pelas Caldas da Rainha e no mundo dos poemas, desde os meus incipientes passos pelos mares das escrevinhações.
Senhora de extensa, multifacetada, polivalente e muito interessante obra, nada mais justo, pois, que o reconhecimento público do mérito se impusesse.
Para tanto e em abertura de sessão, Palmira Gaspar, da Comunidade de Leitores, fez a apresentação da autora, enunciando intenso currículo de vida e obra.
Seguida de apreciação apologética a cargo do ensaísta e crítico José Fernando Tavares, que dissertou sobre a obra de Isabel Gouveia, com especial realce para a sua vertente poética.
Foi, então, chegada a altura de dar voz aos poemas da homenageada, para o que uniram forças:
– Ana Freitas
– David José Silva
– Francisco José Lampreia
– João Baptista Coelho
– Jorge Castro
Perante um público vasto, atento e interessado, integrou, também, esta homenagem, emprestando a sua voz à obra da homenageada…
… Sinde Filipe, conhecido autor e uma excelente voz de dizer poesia, o que aliou à sua qualidade de amigo pessoal da autora e que nos trouxe um bouquet de poemas da autora, em encadeado criteriosamente seleccionado.
– António Cacho – colega e amigo da autora
– Fátima Tomé (Os Pimpões)
– Orêncio Nunes (Os Pimpões)
Algumas outras vozes, outras amizades, quiseram associar-se a esta homenagem a Isabel Gouveia; em primeiro lugar, duas jovens premiadas em concurso de poesia do Colégio Rainha D. Leonor, das Caldas da Rainha,
– Joana Franco – 2ª classificada, com o poema O que é a vida
– Joana Cavaco – 1ª classificada, com o poema O Sonho de Alice
Duas jovens vencedoras locais em concursos escolares de poesia deram o seu contributo no sentido de se estabelecerem as pontes sempre necessárias e urgentes entre gerações, como modo elementar de se manter acesa a chama.
O Grupo Coral dos Pimpões, aqui apresentado por Carlos Gaspar da Comunidade de Leitores, e…
… o Maestro Joaquim António Silva surpreenderam-nos com a sua interpretação de uma belíssima série de composições de Fernando Lopes Graça, que dão corpo a outros tantos poemas de grandes poetas portugueses. .
Um nome mais que tende a ser deixado cair no esquecimento por quem tem da nossa cultura uma espécie de «alergia» idiota… e verdadeiramente inculta. Bem haja, então, quem assuma a coragem de seleccionar tal repertório, ainda para mais com a graça complementar de ter sido aluno do mestre Fernando Lopes Graça.
O Grupo Coral Os Pimpões foi acompanhado pelo pianista Robert Patten. Valha-nos, então, a existência de não-portugueses a quem sabe bem deixar-se cativar pelo que se faz bem feito nesta charneira do mundo.
Os Pimpões colheram, naturalmente, forte aplauso da plateia.
– Margarida Rézio, da Comunidade de Leitores encerra a homenagem com um poema de Isabel Gouveia.
– Mena Santos
Nova ronda de poemas, desta feita originais de cada um dos autores presentes, que culminou com a entrega a Isabel Gouveia das flores do nosso contentamento.
Coube-me, por fim, apresentar o meu mais recente livro Vinte Poemas por Amor e Uma Canção Inesperada…
… no que contei com a preciosa colaboração de Estefânia Estevens, em périplo magnífico pelos Jardins do Nunca…
… que sequenciei com a leitura de vários poemas deste meu livro, com notável acolhimento por parte de público presente, que resistiu, interessado e interessante, a todo o decorrer da sessão.
A Dra. Aida Reis, directora da Biblioteca Municipal das Caldas da Rainha, a quem ficamos devedores por tão afável acolhimento, encerrou a sessão, já com votos de que mais sessões ocorram.
A costumeira sessão de autógrafos… que, convenhamos, apesar da promoção de eventuais tendinites, nos enche a alminha de contentamento.
– Fotografias de Lídia Castro e de Lourdes Calmeiro
Estive presente no evento e não concordo quando se refere à Poeta Maria Azenha, como "sofrida", além de não ser elegante, não se trata assim nenhum autor.
O que Maria Azenha, nos levou, foi a sua obra e é a essa que nos devemos dirigir nada mais. Nada mais.
António Antunes
Só agora apurei da existência deste comentário, caro António Antunes. No entanto, a poetisa em causa, nesta entrada, é a Isabel Gouveia.
Presumo que o seu comentário se refira a uma outra sessão. A ver…