by OrCa | Jul 8, 2012 | Sem categoria |
– Como ficou claro na «apresentação em forma de poema» a que me propus para esta exposição conjunta de Isabel Anselmo e de Margarida Costa, na Livraria-Galeria Municipal Verney, em Oeiras, se é certo que a obra sempre transcende o seu autor e passa, de algum modo, a fazer parte do outro, o espectador, mais ou menos atento, que a encorpora e assim lhe transmite nova dimensão, não é menos certo que todos somos aquilo que fazemos.
E, assim sendo, a obra existe materializada por um sedimento ou lastro de referências que cada um assume, de modo mais ou menos consciente, e que sói chamar-se a «experiência da vida».
Assim me apraz, pois, olhar para a obra artística, numa relação directa entre ela (a obra) e eu, mas a que não consigo iludir o peso específico que o autor lhe confere.
– Isabel Anselmo (Pintura)
À Isabel Anselmo
olho e pinto a criação
que em meu redor me incentiva
fico no centro do mundo
abarcando a perspectiva
e em meu redor a flor
o mar azul sem ter fundo
alguma réstia de dor
insistem para que eu viva
e de tão intenso o grito
transmutado em minha tela
a cor sai de mim vermelha
azul verde e amarela
espalhada pelas mãos
em tons que brotam do peito
qual pretexto colorido
de algum protesto a meu jeito.
– Jorge Castro

– Margarida Costa (Cerâmica)
À Margarida Costa
a mão que enforma o barro
sábia do sarro da vida
de quanto se maravilha
traça um traço
fino
fino
tão fino como uma linha
molda a cara
o peito
as mãos
um olhar que quase brilha
e grita ao barro enformado
«- levanta-te e caminha!»
– Jorge Castro
Os três pisos da Verney estiveram, desde o primeiro minuto, bem preenchidos de uma assistência interessada e opinativa.
– O grupo que teve a cargo a apresentação da exposição, anunciado pelo Professor Manuel Machado
– A senhora vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Oeiras, Elisabete Oliveira, iniciou a apresentação do evento.
Por mim, coube-me tentar moldar o barro e enchê-lo das cores que as palavras nos possam trazer, ensaiando uma possível abordagem às autoras em forma de poema, onde tintas e argilas se foram misturando, dando alento e justificativo à subjectividade do apresentador…
A exposição mantém-se até 28 de Julho. Para quem esteja por perto, sugiro a sua visita. Não darão o tempo por mal empregue.
– Fotografias de Lourdes Calmeiro
by OrCa | Jul 3, 2012 | Sem categoria |
Isabel Anselmo e Margarida Costa, através da sua exposição a duas mãos Momentos em Movimento, no próximo dia 06 de Julho (sexta-feira), pelas 18h30, na Livraria Galeria Municipal Verney, em Oeiras, mostram e partilham as suas artes (respectivamente em Pintura e Cerâmica) a quantos de vós se afoitem a dar, assim, início a um ensolarado fim de semana.
Por mim, lá estando, cumprir-me-á levar as palavras de passeio às outras artes. Mas prometo que serei breve, ligeiro e simples. Ali as palavras serão apenas o foco de luz que aponte à obra feita, que tanto me apraz conhecer e apurar. Assim como, por exemplo:
o mundo todo é uma tela ou uma mesa de oleiro
– na exposição de Margarida Costa (cerâmica) e Isabel Anselmo (pintura)
na Livraria-Galeria Verney – Oeiras
o mundo todo é uma tela ou uma mesa de oleiro
onde fabricamos sonhos ou enformamos a cor
com os olhos
com as mãos
com o coração ligeiro
com a argila que somos ou por um grito de dor
mas por sermos como somos
e assim ser o mundo inteiro
numa carícia subtil
num gesto rasgando a vida
na mágoa mais crua e vil
na lágrima mal contida
assim o barro se molda
assim de cor é tingida
a paleta onde se tolda
a vida que foi vivida
e o gesto nasce como quem leva o barco contra a corrente
em busca de uma aventura que vá contra a lei do tempo
na maciez do veludo
a obra de arte
a utopia
a peça
o quadro
a harmonia de sermos feitos de tudo
e a mão que molda o barro e que por ele é moldada
é a mão que cobre a tela com as cores por que é pintada
olhos
coração e mãos quanto da vida se estime
e buscarmo-nos irmãos na palavra que redime
– poema de Jorge Castro
Julho de 2012
Abraços e até lá.
by OrCa | Jun 26, 2012 | Sem categoria |
Sábado à tarde, ainda que num período do dia pouco auspicioso para grandes devaneios poéticos em particular, ou mesmo artísticos em geral, rumámos ainda assim à Comuna… e se o calor, por fim, se tornou avassalador na rua, não faltou o calor humano que se procurava, no interior.
– a nossa «fotógrafa de serviço», Lourdes Calmeiro, e a maestrina do Oeiras Verde, Ana Patacho
– o grupo, em plena actuação passando por grandes nomes da poesia lusófona.
Oeiras Verde foram, nesta sessão e da esquerda para a direita: Filomena Vale, Luzia Pinto da Costa, Jorge Castro, Ana Patacho, Magnólia Filipe e Lurdes Pereira
…e, aos poucos, os amigos lá foram aparecendo. E a verdade é que esta nossa pequena voz até terá chegado ao Instituto Camões, na Escócia. As tais malhas que a poesia também tece…
– O meu momento a solo, ensaiando os grandes temas, contribuindo para que se possa manter a chama de ser a poesia uma arma carregada de futuro
– João Sobral, com a sua claríssima voz, aventurando-se a meio da tarde no fado, com letras dos grandes poetas
– Isabel Hayden, cantando música popular portuguesa acompanhada por Pedro Faro e Luís Faro.
E, assim, aconteceu!
by OrCa | Jun 22, 2012 | Sem categoria |
Já amanhã, dia 23 (sábado), pelas 17h30, ali na Comuna – Teatro de Pesquisa (Praça de Espanha – Lisboa) irei, com o Oeiras Verde, aos poemas. Braçados deles, ditos a vozes várias, colorações diversas em busca do que importa mais na vida.
Será uma verdadeira equipa e jogaremos, seguramente, sem árbitros que empecilhem a jornada.
Como sempre, a vossa presença é imprescindível. E têm sempre lugar reservado.
by OrCa | Mai 18, 2012 | Sem categoria |
… o grupo das Noites com Poemas inaugurará naquele espaço a exposição Poemas com Sabor a Maresia, com poemas com muito mar em volta. Será pelas 17 horas e a sua presença é mais do que necessária!
Nós seremos:
– Ana Freitas
– Carlos Peres Feio
– David José Silva
– Eduardo Martins
– Francisco José Lampreia e Estefânia Estevens
– João Baptista Coelho
– Jorge Castro
– Luís Perdigão
– Maria Francília Pinheiro
– Maria Maya
– Verde em Sol&Lua (Ana Patacho e José Proença)
– Isabel Figueiredo
E navegaremos!