o mundo todo é uma tela ou uma mesa de oleiro
o mundo todo é uma tela ou uma mesa de oleiro
onde fabricamos sonhos ou enformamos a cor
com os olhos
com as mãos
com o coração ligeiro
com a argila que somos ou por um grito de dor
mas por sermos como somos
e assim ser o mundo inteiro
numa carícia subtil
num gesto rasgando a vida
na mágoa mais crua e vil
na lágrima mal contida
assim o barro se molda
assim de cor é tingida
a paleta onde se tolda
a vida que foi vivida
e o gesto nasce como quem leva o barco contra a corrente
em busca de uma aventura que vá contra a lei do tempo
na maciez do veludo
a obra de arte
a utopia
a peça
o quadro
a harmonia de sermos feitos de tudo
e a mão que molda o barro e que por ele é moldada
é a mão que cobre a tela com as cores por que é pintada
olhos
coração e mãos quanto da vida se estime
e buscarmo-nos irmãos na palavra que redime
– poema de Jorge Castro
Julho de 2012
Abraços e até lá.
Um privilégio poder ler-te!
abraço, meu caro Jorge.
belo e expressivo poema! como sempre…
quanto ao mais, "o galo de Barcelos ao poder",fora da gaiola, pois claro!
Persuacção co'isto, bom Jorge!