by OrCa | Abr 7, 2013 | Sem categoria |
No passado dia 22 de Março, no seguimento de convite formulado pelo director do Museu Nacional de Arqueologia e em sessão integrada na comemoração do 120º aniversário do Museu, mas abrangendo também o Dia da Poesia e da Árvore, tive o grato prazer de fazer uma homenagem a José Leite de Vasconcelos, em forma de poemas.
Para além do apontamento em imagens do evento, deixo-vos, mais abaixo, o meu breve texto introdutório da sessão.
– Acolhimento pelo director do Museu, Dr. António Carvalho
– Visita guiada à exposição permanente, patente no Museu, sugerida pela selecção de poemas apresentados
Sessão de homenagem a José Leite de Vasconcelos,
na comemoração do 120º aniversário
do Museu Nacional de Arqueologia
José Leite de Vasconcelos, fundador deste espaço museológico, então chamado Museu Enográfico Português, é exemplo maior e perene de um amor entranhado a esse todo difuso mas preciso que é o SER PORTUGUÊS e da História maiúscula deste povo, amálgama de povos, para o que contribuiu calcorreando incansavelmente as sete partidas de um mar multidisciplinar de saberes, do passado como do presente, em áreas tão diversificadas como complementares, tais como a Etnografia, a Numismática, a Arqueologia, a Filologia e a Linguística, a Literatura e, dentro desta, a Poesia!
Perante tantos e tão profundos conhecimentos e testemunhos que apercebo, eu retiro-me discretamente, deixando espaço a investigadores credenciados, a quem cumprirá transportar, para nosso gáudio e ilustração, esse archote de luz dos saberes nas trevas que teimam em pretender invadir-nos.
Mas que me seja, então, permitido, abusando da vossa condescendência, dar destaque exclusivo – aquele que está ao meu alcance tão só pela minha voz e entendimento – a esta sua costela, a de poeta…
Quem sabe, neste espaço que nos transporta pela vida fora, fazendo reviver a missão dos bardos ancestrais, transmutando, então, o Museu de Arqueologia que desfrutamos hoje na clareira iluminada da floresta, rodeados de frondosas árvores – que também aqui se celebram – ou em redor do fogo primordial, onde a transmissão de saberes ocorria pela oralidade, no afecto e aconchego da palavra e na proximidade e comunhão de destinos dos elementos do clã.
Com uma actualidade que emociona e desperta, a poesia deste nome maior da cultura portuguesa mantém-se fonte de inspiração que atravessou o tempo em busca de nós.
Lisboa, 22 de Março de 2013
by OrCa | Mar 26, 2013 | Sem categoria |
«Foi bonita a festa, pá, fiquei contente…». E é assim, com este expediente de recurso a Chico Buarque, que me parece o modo mais airoso de comentar a comemoração do 10º aniversário de actividades em prol da Cultura a que se tem devotado, de corpo e ânimo, a Comunidade de Leitores das Caldas da Rainha e que teve lugar no passado dia 23 de Março, na Biblioteca Municipal das Caldas da Rainha.
Com essa comemoração se celebrou também o Dia da Poesia e da Árvore, bem como se homenageou, muito merecidamente, a querida amiga Fernanda Frazão, historiadora, investigadora de primeira água e responsável primeira da editora Apenas Livros. Tempo e espaço de homenagem, ainda, a este cidadão, Jorge Castro, que as voltas da vida vão dizendo que é poeta e que, vai para uma dúzia de anos, tem encontrado nas Caldas da Rainha um dos locais privilegiados de acolhimento à sua obra poética.
Como sempre, diversas e diversificadas foram, como é apanágio das organizações com o cunho da Comunidade de Leitores, as representações de forças vivas e culturalmente activas das Caldas da Rainha. A todos os participantes, nas pessoas de Palmira e Carlos Gaspar, que enriqueceram de humanidade este grande encontro de afectos, aqui lavro o meu agradecimento e deixo o testemunho de que, como sempre, me fizeram sentir em casa.
Tivemos uma alargada participação de alunos do Conservatório de Música de Caldas da Rainha:
– Ruben Belizário
– Maria João Gonçalves
– Bruno Estêvão
– Ricardo Pereira
– Os homenageados dizem de sua justiça. perante uma sala muito bem preenchida e uma audiência acolhedora…
– Fernanda Frazão
– Intervenção de Tânia Leonardo, levando à cena, na verdadeira acepção da expressão, alguns poemas do autor.
Apresentação e divulgação do «Olha-te», organização da qual respigo do seu sítio a seguinte informação:
O Projecto “Olha -Te” é dirigido fundamentalmente para pessoas doentes de cancro e respectivos familiares e consiste no acto do individuo olhar-se para si próprio e centrar-se em actividades expressivas e lúdicas que contribuam para a melhoria de qualidade de sua vida.
É um projecto de cariz social, baseado no bem-estar e na esperança de uma melhoria de vida das pessoas carenciadas pelas circunstâncias da sua enfermidade. Praticar quotidianamente actividades artísticas e trabalhos manuais com um sentido prático e belo. Despertando, assim, a sensibilidade artística num trabalho regular, torna-se possível a fortificação da vontade do indivíduo do conhecimento do mundo e dos seus conteúdos.
Este projecto tem como mentora a associada Célia Antunes, a quem aos 30 anos, foi diagnosticado cancro que uma vez ultrapassado, passados 7 anos, sente e compreende a necessidade de desenvolver uma plataforma de apoio àqueles que da mesma forma lutam contra esta doença. (http://olha-te.oeste.pt/apresentacao/).
Sequenciando esta apresentação, tivemos a intervenção dos poetas:
– Alberto Campos
– Paulo da Ponte
– Apresentação do Curso de Jazz e Música Moderna do Conservatório de Caldas da Rainha
– A nossa anfitriã, Aida Horta Reis, responsável pela Biblioteca Municipal das Caldas da Rainha.
– Uma simpática e amável comunicação da senhora vereadora da Cultura e da Acção Social da Câmara Municipal das Caldas da Rainha, Maria da Conceição Jardim Pereira, enaltecendo a meritória acção que vem sendo desenvolvida pela Comunidade de Leitores.
– A sessão prosseguiu com a leitura de novos poemas do autor, reflectindo e discorrendo sobre os penosos e suspeitos dias que atravessamos…
… a que se seguiu a participação amabilíssima de poetas e amigos das Caldas da Rainha:
– Isabel Gouveia, que muito em breve lançará belíssima colectânea da sua obra poética.
– Joana Cavaco
– Jorge Valadas
– Tânia Basílio, do grupo Bailado Yôga, sob orientação dos professores António Ferreira
e Manuela Soares
– Participação, também de poetas e amigas de Coruche:
– Ana Freitas
– Rosário Freitas
– Participação, ainda, de poetas e amigos de Oeiras e de Cascais
– Eduardo Martins
– Estefânia Estevens
– Francisco Lampreia
– Cumpriu-me agradecer, reiteradamente, tantos mimos que, se me emocionam, não deixam, por outro lado, de agudizar a noção de responsabilidade que lhes deve ser subjacente.
– eu
– No encerramento da sessão, o Concerto do Orfeão Caldense, dirigido pela professora Ruth Horta.
E haverá sempre mais. Que se mantenha em nós, para tanto, engenho e arte!
– fotografias de Lourdes Calmeiro
by OrCa | Mar 19, 2013 | Sem categoria |
Amizades,
Quero partilhar convosco o convite que me foi formulado – e que muito me honra – pela Direcção do Museu Nacional de Arqueologia, para homenagear José Leite de Vasconcelos através da sua poesia. Aqui fica, então, um resumo dessa sessão, para a qual muito me aprazaria contar com a vossa presença:
– Homenageando a faceta de filólogo e poeta do Dr. José Leite de Vasconcelos no ano do 120º aniversário do Museu Nacional de Arqueologia o poeta, declamador e animador de comunidade de poetas, Jorge Castro, virá ao Museu, dia 22 de março (sexta-feira), às 18h00, fazer uma sessão que celebre o Dia da Poesia e da Árvore e que terá um programa que inclui poesia do fundador do Museu, além de outras peças escolhidas.
A sessão decorrerá na exposição Religiões da Lusitânia.
Com uma actualidade que emociona e desperta, a poesia deste nome maior da cultura portuguesa mantém-se fonte de inspiração que atravessou o tempo em busca de nós.
Fim de tarde, ali mesmo, aos Jerónimos… Conto convosco!
Abraços.
Jorge Castro
by OrCa | Dez 24, 2012 | Sem categoria |
Amizades,
Cá somos chegados a mais uma época natalícia. Ou, se melhor quisermos, a uma nova celebração do solstício de inverno, onde tudo e todos se aprestam a um novo recomeço ou ao eterno retorno da espiral de Vida onde vamos viajando…
Do novo ano, quando ele findar, queremos esperar que, apesar das incertezas e, porventura ainda mais, das certezas – que sabemos, entretanto, sempre efémeras – nos deixe saudades e felizes recordações.
No fundo e pelo meio da conversa abstrusa da desesperança que nos é «vendida» por tão elevado preço, que nos fique a garantia de sermos quem somos. E isso, como é óbvio, depende muito de cada um de nós.
O meu contributo para esta comemoração do solstício aí vai. Fiz-me acompanhar pelo grupo mirandês Trasga, com o seu tema Al Absedo… – e para quem melhor quiser apurar o sentido da coisa, sempre lhes digo que «l absedo ye ua lhadeira birada a norte, adonde, ne ls meses de ambierno, nun bate l sol. Yé ne l absedo que nácen i se dan melhor ls buxos, ls anguelgues e las urzes, madeiras que prodúzen un eicelente sonido e con que son construídos ls strumentos musicales ousados por Trasga»:
Jorge Castro – Natal de 2012
(ficheiro de som – mp3)
Com um forte abraço, os meus votos de boas festas, então. E um ano 2013 memorável e, se possível, pelas melhores razões.
by OrCa | Out 8, 2012 | Sem categoria |
Terá sido um lapso; terá sido um boicote; terá sido qualquer coisa que não devia ter sido, como tanta coisa que por cá se vai passando e não se devia passar…
– imagem obtida, com a devida vénia, no sítio do Diário de Notícias
não que me afecte a bandeira
hasteada em modo vário
quem sabe bem mais faceira
de lado ou pelo contrário
e até chegar ao hino
com candura e muito imposto
e pô-lo a fazer o pino
de pés p’rò ar que é um gosto
marchando «contra os canhões»
e acabando com os «heróis»
seja lá por que razões
ou por sujos maus lençóis
porque afinal já se diz
estar a bandeira direita
mas ser bem mais infeliz
ver quanto o país se ajeita
ao facto extraordinário
de estar de pernas p’rò ar
e tal ser já ordinário
sem parecer ter volta a dar
pois que ao país não se acerta
sem protocolo a preceito
assim cá deixo um alerta:
dêmos-lhe a volta com jeito
com jeitinho mas denodo
zurzindo nos maus mandantes
voltando Abril de outro modo
sem nos ficar como d’antes
e rimar nação com povo
de canhões contra os tratantes.
– versalhada de Jorge Castro
Última actualização do Google Maps…