… porventura sempre igual ao que sempre foi e que nos cansa de tanto ser…
Novo cantar da emigração
refrão
parto
em busco do horizonte
em busco do horizonte
quero
viver outro dia
viver outro dia
bebo
a vida dessa fonte
a vida dessa fonte
de
onde brota a utopia
onde brota a utopia
parto
a caminho da noite
a caminho da noite
levo
comigo a saudade
comigo a saudade
envolta
no pano cru
no pano cru
tecido
pelos meus pais
pelos meus pais
deixei
a esperança tão longe
a esperança tão longe
no
alto daquele montado
alto daquele montado
onde
a casa sitiada
a casa sitiada
vê
os campos sem destino e o mar do nunca mais
os campos sem destino e o mar do nunca mais
vou
a caminho do mundo
a caminho do mundo
levo
os olhos no futuro
os olhos no futuro
solto
amarras da cidade
amarras da cidade
que
me tolhem junto ao cais
me tolhem junto ao cais
e
sei tão pouco da vida
sei tão pouco da vida
sei
tão pouco da aventura
tão pouco da aventura
que
as lágrimas à despedida
as lágrimas à despedida
são
o medo do jamais
o medo do jamais
na
bagagem levo sonhos
bagagem levo sonhos
visto
a roupa do abandono
a roupa do abandono
no
bolso levo amarguras
bolso levo amarguras
cansadas
de tantos ais
de tantos ais
da
pátria perdi o rumo
pátria perdi o rumo
da
nação perdi o pé
nação perdi o pé
já
me perdi dos caminhos
me perdi dos caminhos
virei
talvez nunca mais
talvez nunca mais
– Jorge Castro
Vou divulgar na página do Núcleo de Coimbra da AJA no Facebook.
E podes publicar no Persuacção?
"Ei-los que partem… novos e velhos"
quem canta o seu regresso?
um belíssimo poema. que merece ser cantando!
forte abraço, meu caro Jorge.