1º de Maio
um cravo entre boninas

Se mão amiga me fez chegar a imagem abaixo, com açúcar e com afecto e apenas porque sim, aqui partilho convosco a  privacidade dessa partilha, a que juntei a minha resposta, assim em jeito de duas pessoas que têm de Maio um olhar muito seu mas que, vendo bem, está ao alcance de todos… 

– fotografia de Suzana G. Amorim
Nasce um cravo entre boninas
por entre um olhar da Suzana, espreita um ar de Jorge de Sena
nasce um cravo entre boninas
rubro o quanto o verde quer
grandes coisas pequeninas
margarida ou malmequer
de um mar de verde desponta
o rubro feito verdade
verde e vermelho que aponta
quais as cores da liberdade


– Jorge Castro

fotografando o dia (171)

mesmo à entrada da barra
no rio que vai ao mar
sem âncora nem amarra
vai a gaivota a voar
cruza os céus que o Bugio
lá de longe vê passar
preso ao fundo deste rio
com ânsias de navegar  
mas a gaivota-vontade
não corre céus ao calhar
vai em busca da cidade
de guarida ao seu pousar
e entre aquele encalhado
e esta no seu penar
não há inveja ou pecado
há só rio – há só mar

– fotografia e poema de Jorge Castro

fotografando o dia (169)

(… mas aos professores, Senhor, porque lhes dais tanta dor?)

a mestra e a aluna
se Vieira sendo padre
deixa os peixes convencidos
à mestra porque não há-de
uma gata dar-lhe ouvidos?