no 13º aniversário do Sete Mares
fazendo votos de felicidades mil…

Efectuei uma análise exaustiva e científica a todas as entrevistas de rua efectuadas pelas televisões portuguesas, ao longo de 2016, e apurei as duas frases que irão servir-me para esta ilustríssima data e que faço questão de aqui partilhar com todos vós:

Isto é fantástico!
Não tenho palavras…! 
E, enfim, façam vocências os possíveis e impossíveis para serem felizes neste 2017 que se avizinha.

Natal, o tal, sempre que a gente o quiser…

… e que afeiçoaremos como melhor nos aprouver.

De mim, recebam esta família primordial – lá está, afeiçoada por olhos que tiveram artes de ver de outra maneira – e que, sem fragilizarem o conceito, bem pelo contrário o fortalecem.

 (- Artesanato da serralharia O Pinha, de Manuel Machado, em Celeirós, Braga)  
 
O Natal é uma janela
 
o Natal é uma janela
que abrimos a quem passa
tão-só para cumprimentar
dando um ar da nossa graça
porque o tempo passa
passa
sem dar tempo de parar
 
temos musgo
e azevinho
na ombreira da janela
não vá o nosso vizinho
passar também a correr
e nem sequer dar por ela
 
o Natal tem afinal
esse dom de por um dia
– ou
vamos lá… por um mês –
sentirmos essa alegria
de sermos gente outra vez
 
de ficarmos à janela
aberta de par em par
lançando à rua um sorriso
e deixando entrar o ar
que nos varra os pesadelos
os medos
as aflições
de que estamos pelos cabelos
sem aprendermos lições
 
o Natal é esse olhar
que vai além da vidraça
e que nos mostra quem passa
apenas por lá passar
 
um tempo de ter presente
mesmo quando estamos sós
que quem quer que passe em frente
da janela que abrirmos
de repente descobrirmos
ser gente
tal como nós.
 
– Jorge Castro
Dezembro de 2016

1º de Maio
um cravo entre boninas

Se mão amiga me fez chegar a imagem abaixo, com açúcar e com afecto e apenas porque sim, aqui partilho convosco a  privacidade dessa partilha, a que juntei a minha resposta, assim em jeito de duas pessoas que têm de Maio um olhar muito seu mas que, vendo bem, está ao alcance de todos… 

– fotografia de Suzana G. Amorim
Nasce um cravo entre boninas
por entre um olhar da Suzana, espreita um ar de Jorge de Sena
nasce um cravo entre boninas
rubro o quanto o verde quer
grandes coisas pequeninas
margarida ou malmequer
de um mar de verde desponta
o rubro feito verdade
verde e vermelho que aponta
quais as cores da liberdade


– Jorge Castro

Memórias do 25 de Abril na Primeira Pessoa
– breve crónica

Numa iniciativa conjunta da EMACO – Espaço e Memória Associação Cultural de Oeiras
e A25A – Associação 25 de Abril, concretizámos a evocação do nosso Abril libertador, 
contando também com o apoio da Câmara Municipal de Oeiras, 
que nos cedeu, para o efeito, o Auditório Municipal César Batalha.  

Joaquim Boiça, em representação da EMACO…

… e Mário Simões Teles, pela A25A, deram as boas vindas aos presentes 
e promoveram a abertura da sessão

Em breve mas intensa Evocação de Abril

João Sobral, pela voz… 

… e Walter Lopes, com guitarra clássica, trouxeram-nos alguns momentos emblemáticos
 daquele dia inteiro e limpo…

 … com projecção de imagens alusivas, que contaram com o apoio de Eduardo Martins.
Aqui fica um destacado aplauso para estes amigos que tão desinteressada quanto empenhadamente, responderam ao desafio feito e que, assim, marcaram uma presença que engrandeceu o evento. 

Foi, como é bom de ver, diminuta a sala para o público que acorreu a estas nossas Memórias.

Coube, de seguida, a Martins Guerreiro dar início à mesa redonda – conduzida com notável mestria – através da apresentação de cada um dos nossos convidados:

Victor Birne (Marinha)

José Carlos Nascimento (fotógrafo), cujas imagens, de sua autoria, recolhidas em 25 de Abril de 1974, acompanharam a nossa sessão

Nuno Santos Silva (Força Aérea)

António Borges Coelho (historiador)

Menino Vargas (Exército)

Carlos Costa (professor)

Deste rico painel, rico em vivências como em poder comunicativo, tivemos o que seria de esperar (e merecíamos): uma partilha de  de experiências, contadas na primeira pessoa, que afinal, tantos anos passados, sempre nos surpreende pela diversidade vivida e multifacetada. Conclui-se, então, que desta visão popular do 25 de Abril de 1974 urge fazer-se a recolha e divulgação da miríade de histórias de vida que tornam tão mais intensas e brilhantes as cores do arco-íris desse dia.   

Por fim, a Poesia. 

Com Ana Patacho Jorge Castro

… excelentemente acompanhados por Walter Lopes

… provámos – todos –  que de Abril se espera, ainda e sempre, um modo de ser!
– Fotografias da autoria de Lourdes Calmeiro