Estes títulos matam-me…

O banqueiro escondeu os 6 milhões no offshore
da mulher (?);
… ou o banqueiro escondeu da mulher, num offshore, os 6 milhões;
… e será possível que a mulher do banqueiro tenha um offshore dela? 
… mas, afinal, os 6 milhões eram dele ou da
mulher?

pensamento do dia:
Tsipras e Varoufakis e o efeito Tina Turner

Pois é…  Tendo recriado alguma alegria de viver na coisa política mundial, Alexis Tsipras e Yanis Varoufakis estão a ser os porta-vozes da esperança que ainda resta à Europa, por muito que isso desgoste os seus lamentáveis detractores.
Já agora, nesta senda da alegria de viver, ocorre-me que eles incorporam, de facto, aquilo que poderá chamar-se o verdadeiro efeito TINA TURNER. E porquê, perguntam-me vocês. 
Ora, como se sabe, há uns idiotas que defendem cegamente o TINA (There is no Alternative). Mas os protagonistas gregos estão a dar a volta (TURN, para os anglo-saxónicos) quer ao argumento quer aos seus defensores. 
Como quem dá a volta a alguma coisa é um TURNER (turner – one that turns), cá temos a conclusão, o efeito Tina Turner – acabadinho de inventar, aqui e agora, e ainda sem patente registada.   
Façam o favor de ser felizes. Pelo menos, vão tentando… 

o preço a que está o cherne

Será este, porventura, um exercício simplório da mais sórdida inveja. Muito bem! E, já agora, um não menos bacoco exemplo de incompreensão infinita da res publica. O que só cai mal em espírito que se pretende informado q.b. e lúcido outro tanto. 
Será tudo o que quiserem, sem apelo ou negação – e já me está a ocorrer o Ary… – mas tratar assim o cherne, não! O que irão dizer (sentir?) todos os escamados que pululam os sete mares? 
E notem que este humilde cidadão que eu sou, tão escamado, aliás, como as demais espécies piscícolas que vagueiam pelos oceanos, não tem nada contra estes milhares todos de bênçãos que tombam, placidamente, no toutiço deste cherne. Nada disso! Eu só gostaria, mesmo, é que estas bençãos, quando nascessem, fossem como o Sol: para todos.   
Enfim, porque ele, o cherne, merece e com a devida vénia, deixo-vos aqui um poemaço do meu amigo cápê, a este (des)propósito:

O CHERNE

OK O`NEILL
Sigamos o Cherne
de Alexandre O`Nell
serviu para alguma coisa
serviu para a Uva
dizer ao Zé
ganharás o poder
meu ex-maoísta
meu sempre em pé
podes dele abusar


e se todos nós
os portugueses
seguíssemos o Cherne
estaríamos refastelados
em Bruxelas
com brutos ordenados
mas um país deserto
país não é
portanto fico
por cá a fazê-lo

prefiro o cherne
de preferência?
É cozê-lo.

cápê in Ó Simpático Vai um Tirinho?

a renovação
necessária e urgente

Acredite quem quiser: ao abrir um limão colhido no meu limoeiro e que apresentava já indícios vários de que estava a ir desta para melhor, ao seccioná-lo pelo meio em busca do aproveitamento possível, deparei com outro limão, no seu seio, menor, mas completamente são.
Não acredito em «sinais». Mas apeteceu-me levar esta ocorrência à conta de metáfora premonitória do que poderá acontecer-nos no futuro próximo.
Um belo modo de começar o ano de 2014! 

– a propósito do iminente encerramento da centenária Livraria Sá da Costa, em Lisboa
– seguida de um refrescamento da memória proposto por Daniel Abrunheiro

Uma livraria é uma barriga grávida de saberes. E o acto de nascimento é, nela, um processo contínuo – algo assim como a abelha-mãe numa colmeia, de fecundidade infinita.

Neste tempo em que desaparecem as abelhas, ver fenecer (às nossas mãos…?) assim, tristemente, mais uma colmeia, faz-nos pensar que muito em breve não será possível verificar-se a polinização tão necessária e imperiosa a que as ideias sejam fecundas.

Façamos, então, o que está nas nossas mãos para contrariar este estado de coisas!



—x—
Da crónica O Ribatejo, de 25 de Julho de 2013, de Daniel Abrunheiro, respigo, com a devida vénia, do episódio Malhar no Linho, o seguinte excerto, para o qual recomendo leitura atenta, a bem de uma salutar lubrificação da memória:
(…)A
visão é mais-que-perfeita como um pretérito longe feito perto hoje, não todavia suficiente para me fazer
esquecer, ante todo este espúrio e estupefaciente carnaval de crocodilas
lágrimas antecipadas pró-pré-morte de Nelson Mandela, que em 1987 (há meros 26
anos, portanto), reunida a Assembleia Geral das Nações (alegadamente) Unidas,
ia a moção plenária um apelo à libertação incondicional desse gigante
sul-africano. Votaram a favor 129 países. Três votaram contra: os EUA, então
tragicomicamente rendidos ao Reagan, a Grã-Bretanha, da Thatcher, e um tal
Portugal dum tal… Cavaco
. (o sublinhado é meu)
Nem
quem viola é preso, nem quem é violado esquece. A nossa amnésia
carneirinho-multitudinária persiste em procrastinar (isto é, adiar; isto é,
odiar) o evidente. E o evidente é a quinta de porcos do velho Orwell, que a
tudo e todos, filósofos de Café de bairro incluídos, pretende terr’arrasar.(…)(fim da citação)

  

Para cúmulo da nossa miséria, ainda nos sobra esta cáfila que, através de um alinhamento cobarde e deliberadamente acrítico, nos envergonha no concerto do mundo! Nem eu já me lembrava desta…!