atitudes a evitar

Ontem, sábado, e para variar, dei-me à contemplação televisiva de um contra-relógio da Volta à França em bicicleta.

Estou em crer que, dessa minha visualização, não terá vindo grande mal ao mundo.

Mas achei notável a existência de um considerável número de primatas que, ladeando a estrada, ululavam, gesticulavam descontroladamente e agitavam objectos diversos em cima dos ciclistas que iam passando, deixando-lhes apenas uma estreita nesga para essa passagem.

E ocorreu-me uma daquelas querelas a que assistimos, a cada passo, em certos canais televisivos, quando um grupo de chimpanzés, nalgum Congo recôndito, assume aqueles mesmos comportamentos.

A única diferença que me ocorre é a de que os chimpanzés terão um motivo vital para tal alarido. Dos outros primatas não consigo vislumbrar o motivo de tanta agitação…

(Ah, sim, e claro, quanto às cautelas pró-Covid estamos conversados. Mas, também, ele haverá primatas imunes… E, se não forem, será a selecção natural a funcionar. Resguardemo-nos deles, pois.)

Boa Esperança

Como vos disse, colectei os vidrinhos lançados à praia pelo mar. Mais ou menos boleados, mais ou menos agrestes… E fazer o quê a este lixo recolhido? Talvez fazê-los, de novo, navegar…

(Réplica da caravela Boa Esperança – materiais do alto relevo: vidro sobre fundo de pinho – 50×65 cm)

a praia de Carcavelos e os vidrinhos

Hoje, sim, venho deixar-vos um testemunho de acção cívica, porventura sem precedentes, e que é quase-quase tão relevante como o 101º golo do Ronaldo ao serviço da Selecção, ainda para mais porque é de minha autoria!

Tenho aproveitado os meus périplos na praia de Carcavelos para diminuir o perímetro abominável e, pelo caminho, apanho do areal tudo quanto são vidrinhos e só vidrinhos. Verdes, brancos, castanhos e todos polidos pelas salsas ondas.

Apesar das imensas maquinarias que todos os dias calcorreiam o areal à cata de beatas e outros esquecimentos dos banhistas, na beira-mar sempre fica uma zona pouco explorada… que é aquela que eu percorro.

Eis a safra deste ano, pós confinamento e alguma dor nas costas. Hei-de fazer disto uma escultura, vos garanto. Agora, tenho ali uma entrevista com a Greta e já volto…

perguntas impertinentes para desassossegar a noite

– Em que é que o contágio verificado numa residência de luxo para idosos pertencente ao Montepio e sediada no Porto, que já conta com 16 mortos, tem de diferente ou parecido com a festa que vai realizar-se na Quinta da Atalaia? Muito, pouco ou nada…?

– Já ouvi dizer que a notícia falsa sobre o New York Times difundida pela SIC e cavalgada por Rui Rio, atendendo ao profissionalismo que campeia naquela estação de televisão, até parece uma coisa deliberada… Se tal circunstância pudesse, por absurdo, alguma vez ser comprovada, estaríamos em presença de mau jornalismo ou de uma conspiração?

– O senhor Presidente da República foi interpelado por uma exaltada, em plena Feira do Livro, a fazer-lhe perguntas direitolas e afirmações bastante chegófilas e tendenciosas, sem que o senhor Presidente da República apelasse aos seus seguranças, para salvaguarda do decoro e da ordem pública. Alguém me sabe dizer onde poderei encontrar o senhor presidente da República, nos próximos dias, para ir ter com ele e, em pé constitucional de igualdade de oportunidades, lhe dirigir algumas questões, porventura de sentido contrária, às da exaltada? E podem assegurar-me o mesmo tempo de antena que deram à exaltada?