Publico esta imagem não tanto pelos seus atributos fotográficos, mas como tributo a uma realidade da Ilha do Pico que muito me agradou:
Por toda a ilha deparamos com piscinas mais ou menos naturais, verdadeiros aquários onde pululam peixes vários, e cuja qualidade da água, a qualidade das infraestruturas de apoio – todas gratuitas -, como chuveiros, sanitários, cadeiras, sombras, etc., não podia deixar de assinalar.
Ah, a propósito, a da imagem, uma daquelas em que até é mais visível a intervenção humana e que se situa para os lados da Piedade, estava com a água a 23º… e eram já 19 horas locais.
O nascer do sol na Ribeirinha.
Apontamento fotográfico complementar: imagem obtida ainda deitado na cama… (Ah, aqueles malditos cabos que atravessam tudo quanto é paisagem e até perturbam o direito à preguiça…!)
Porto das Lages do Pico – um dos locais de onde partem as embarcações para observação de cetáceos, como é o caso documentado na imagem.
Umas águas-furtadas nas Lages do Pico, recurso arquitectónico em que esta povoação é pródiga, com particularidades muito curiosas.
Sim, também há gatos no Pico e onde vi os melhores exemplares foi nas Lajes do Pico. Este esteve quase a meter conversa, mas acabou por não dar confiança…
A Ermida de São Pedro (1460) é um templo religioso católico localizado na povoação das Lajes do Pico.
Este pequeno templo, com origem na ordem franciscana, é a mais antiga construção religiosa do concelho das Lajes e da ilha do Pico, tendo sido erguido, conforme a tradição oral indica, pelos primeiros povoadores no local onde desembarcaram.
Teve como primeiro pároco, não só da ermida, mas da própria ilha, Frei Pedro Gigante, que é considerado pelos historiadores como tendo sido o introdutor da casta Verdelho no Pico. Bem aventurado, pois, por ter dado atenção, também, às coisas terrenas…
Também nas Lajes do Pico, o Museu dos Baleeiros. Imperdível.
Na sua loja podemos encontrar diversos livros que documentam a faina dos baleeiros, uma verdadeira gesta de sobrevivência para os ilhéus.
Um exemplo, entre muitíssimos, da tradicional e magnífica arte de gravação em ossos ou dentes de cachalote, onde podemos observar imagens de um realismo impressionante.
(Uma pequena nota para os coleccionadores do «politicamente correcto»: a caça aos cetáceos, nos Açores – que, aliás, cessou pelos idos de 80 – , não tem nada a ver com a caça industrial que se fez – e ainda faz – um pouco por todo o mundo. Ali tratava-se, de facto, de economia de sobrevivência e as condições pavorosas em que se efectuava recomendam algum respeitoso comedimento antes de se proferirem apreciações apriorísticas).
No porto das Lajes do Pico, o repouso entre fainas
No Museu dos Baleeiros, cópia de uma foto que documenta os trabalhos da lavoura que complementava a faina da pesca.
Lagoa do Caiado, na freguesia de São Roque. O deslumbramento da paisagem.
Nem só de vacas felizes se poderá falar, passeando pelas altitudes da ilha.
A uma altitude superior a mil metros, ruminando na paisagem, entre neblinas e horizontes impossíveis… Ainda assim, com um interessante toque decorativo na cornamenta.
Lagoa da Rosada, quase-quase a desaparecer por trás da neblina, que chega sem avisar e pode durar tempos infindos. Em meio minuto, vejo-te… e já não te vejo!
Caixa de correio na Ribeirinha – Peculiar reutilização.
No Pico, omnipresença flanqueando as estradas, a beladona (Amaryllis belladonna) assume aqui o pitoresco e carinhoso nome de «meninas que vão à escola» (com algumas variantes, diga-se).
Florescem em Setembro e «caminhando» ao longo dos caminhos são, na verdade, como meninas que se dirigem à sua escola…
Ribeirinha – O labor discreto, portas adentro.
Ribeirinha – A sua igreja, elemento omnipresente em qualquer das povoações, e o canal por onde corre a ribeira, mormente nas grandes chuvadas.
(Nota – para os puristas, lamento, mas não resisti a «varrer» da imagem tudo quanto eram cabos eléctricos, a perturbar a paisagem.)
Ainda na Ribeirinha, o interior da marcenaria onde se formaram muitos dos marceneiros que ainda existem na ilha, conforme nos informou um senhor que, passando por nós, nos facultou uma bela lição de História da povoação… e, no final, apresentando-se como professor de História aposentado, ainda nos pediu desculpa pelo tempo e conhecimentos com que nos brindou.
(A fotografia foi obtida através de uma vidraça muito manchada pelas agruras do tempo…)
Um vitelo curioso com os processos de industrialização.