Otelo Saraiva de Carvalho deixou o nosso convívio, hoje, com a idade de 84 anos, e a democracia que somos e que temos ficou empobrecida.

Figura polémica, controversa, contraditória, até, mas sempre apaixonada, de palavra fácil e coração ao pé da boca, era o que eu rotulo como um ser humano bom.

Talvez haja melhores mas, seguramente, há muitos piores. A ele, à sua entrega e disponibilidade em prol do ser humano, a par da de muitos camaradas de armas, devemos o êxito do derrube da ditadura.

Quem se “entretiver” com exercícios desviantes com invocações a “campos pequenos” e outros devaneios, peço o favor de que vá bater a outra porta. Tive o prazer de o ouvir em diversas situações e, até, de falar com ele. E dessa experiência vos digo que me sinto, hoje, deveras penalizado pelo seu desaparecimento.

Preservemos dele a boa memória.