Porque há mais vida para além da Covid, dos confinamentos e da mortandade que por aí campeia, deixo uma sugestão de leitura (para quem possa, claro) que reputo do maior interesse, que mais não seja para ajudar a passar o desgraçado confinamento com algo útil.
«O Infinito num Junco – a invenção do livro na Antiguidade e o nascer da sede de leitura», de Irene Vallejo, edição portuguesa da Bertrand.
«Um livro sobre a história dos livros. Uma narrativa desse artefacto fascinante que inventámos para que as palavras pudessem viajar no tempo e no espaço. É o relato do seu nascimento, da sua evolução e das suas muitas formas ao longo de mais de 30 séculos: livros de fumo, de pedra, de argila, de papiro, de seda, de pele, de árvore e, agora, de plástico e luz. (…) É, ainda, uma história íntima entrelaçada com evocações literárias, experiências pessoais e histórias antigas que nunca perderam a relevância: Heródoto e os factos alternativos, Aristófanes e os processos judiciais contra humoristas, Tito Lívio e o fenómeno dos fãs, Sulpícia e a voz literária das mulheres (…)».
450 páginas escritas com ampla mas acessível erudição, com um notável e elegante sentido de humor… enfim, um livro muito aprazível e recomendável para quem considera que a vida é uma constante aprendizagem.