Basta ter olhos de ver. Ter olhos de sentir. E a realidade transmuta-se nesse olhar. Ela, que sempre ali esteve, reapresenta-se: eis-me aqui. O que queres de mim? Ora, aprecia-me, vista daqui deste lado…
o repouso episódico entre voos e mergulhos
um olhar austero
à sombra da neblina
e o Bugio aqui tão perto
vestígios rupestres na areia com pegadas aleatórias
a navegação sempre atraiu as atenções
o corre-corre diário pelo sustento
todos os passos vão dar à neblina
quatro mosqueteiros com fortaleza ao fundo
há mais castelos na areia
olhos de água alienígenas
o que fica das águas passadas
malhas que a maré tece
impressão reflexiva
esculturas bidimensionais
uma cascata mais pequena do que eu
um só olho de água – será outro Ciclope?
escultura arenosa com árvores ao fundo
uma baleia? e porque não?
- fotografias de Jorge Castro
Maravilha(s)!