Já todos sabem (ou sabemos) que um poema não serve para coisa nenhuma. E, ainda assim, se escreve um poema…
há um arco negro de cinzas
a invadir-nos o chão
e um cerco de vozes-tardas
a ensombrecer a razão
mas um sol sempre a nascer
no negro de solidão
como asas brancas voando
emigrantes porque sim
porque é assim que são brancas
por ser assim que lá vão
cruzando os céus de negrumes
até ser azul-Verão
que é um azul mais profundo
do que alguma outra razão
mas não há lamento algum
que possa cobrir o manto
de tanta cinza no chão
de onde nos brota a vida
e onde se perde a razão
mas lá vão as asas brancas
a mostrar-nos porque sim
porque voar de asa branca
entre tanto e tanto não.
Só mesmo um poema para nos refrescar a mente.
Poeta
também, neste verão
há um arco negro de cinzas
a invadir-nos o coração
mas lá vão as asas brancas…
No entanto os poetas não se calam…
Um bom poema, amigo.
Beijos.
boas causas as tuas, sempre.
assim os poetas que se não calam…
abraço, Jorge
Olá, Quem não entende as tuas assas brancas e só vê as das gaivotas é pequenina…