Finalmente, as férias, com início oficial a 30 de Agosto!
Primeiro, uma visita ao Borboletário de Rana, logo aqui ao virar da esquina, e que ainda não tivera oportunidade de visitar… 
Fico com a sensação de que se trata de um interessante espaço didáctico, com ar de dispor de muito poucos recursos. Ele há muitos «concertos» no concelho de Cascais, que não deixam margem de «manobra» para estes outros desconcertos, dir-se-ia… 
Depois, cumprindo alegremente compromissos, uma visita à Fábrica das Cores, um muito interessante e curioso espaço onde uma mão-cheia de gente com iniciativa luta em busca de saídas mais airosas que o cinzento dos dias. Os meus votos de bom sucesso ao projecto.
Por lá partilhei, com a companhia da Fernanda Frazão, os meus Contos Conversos, num agradável e muitíssimo bem apaladado serão.

Domingo, rumei a Setúbal, onde fiz as honras a umas ameijoas e a um choco frito que antecederam uma caldeira de peixe – sim, sim, culminando com  o respectivo caldo.. – no restaurante da nossa amiga Gilda ( o Ti Prudência, assim mesmo, com publicidade e tudo!), e que  nos deixaram completamente redimidos com o mundo (pelo menos durante aqueles momentos de felicidade, que já sabemos serem sempre momentâneos e ocasionais).
Isto apesar dos inúmeros prédios daquela Avenida Todi a reclamarem, em altos gritos, uma intervenção urgente, para a qual, também lá, nem haverá verbas, nem ideias de futuro… 
Neste país de tantas portas fechadas (até as inventadas)…. 

… valham-nos os poetas para ainda proporcionarem alguma cor à vida, mesmo se o seu ar sugere alguma melancolia.

Mas o nosso destino era, também, visitar a rua que foi recheada de composições desvairadas e marítimas… em crochet.  É assim, somos pródigos em originalidades.

Claro que todas as lojas estavam encerradas. Era domingo. Dia de santos e de anjinhos, digo eu. Ainda para mais, Agosto, com a malta toda a encher-se de sal e de sol pelas praias fora. 

A mostra, entretanto, até estava com graça. Mas fica-me a dúvida se não seria muito mais inteligente – e mesmo que fosse a título excepcional – ter o comércio aberto, para aproveitar do acréscimo de circulantes. Assim, todos iam olhando para o ar, pois mais rente ao chão só havia portas fechadas.

Mas, volto a dizer, pareceu-me uma boa ideia – pelo menos, aos domingos desperdiçada – e digna de uma visita de lazer, com passagem pelos vários espaços culturais de que a baixa de Setúbal dispõe.

Pelo caminho e ao longo da caminhada descobrir grafitagens que, entre outras coisas, me proporcionaram uma prazenteira digestão!

 – fotografias de Jorge Castro