«Aproveitem a vida e ajudem-se uns aos outros.
Apreciem cada momento.
Agradeçam…
e não deixem nada por dizer,nada por fazer»
– António Feio, na apresentação do filme Contraluz,
de Fernando Fragata.
são dispersos os caminhos que
fazemos
ao buscar na vida toda algum
sentido
por caminhos nunca iguais que
percorremos
sem jamais ter retorno o
percorrido
mas é quando se apura que a
viagem
que fazemos na aventura de
uma vida
tem um encanto maior outra
paisagem
na amizade solidária e
repartida
talvez seja a palavra que nos
una
talvez seja um olhar que se
partilha
ou talvez a consciência mais
profunda
de que homem algum seja uma
ilha
e cruzamos cada palco e cada
cena
cada personagem vestida de
outra vida
na certeza de jamais nos ser
pequena
essa vida sempre incerta mas
vivida
e ficamos bem melhor nesse
outro enlace
ao alcance de outro braço –
outra passada
que nós damos em comum com
quem abrace
o andar perto de nós na
caminhada
e a estéril vereda percorrida
só de agrestes silvados mil
espinhos
é o pomar farto a lavra
enriquecida
que afinal se abre em nós por
mil caminhos.
– Jorge Castro

Levei, entre vários outros, estes versos à sessão que ocorreu, há dias, no Bistrô 19, em Cascais – um obrigado à nossa anfitriã Alexandra – onde, pela mão de Carlos Feio e acompanhados por José Proença e Hugo Santos, a quem se juntou, também, Arthur Santos, homenageámos, em agradável e descontraído convívio, António Feio.
A memória solidifica-se assim: por actos, muito mais do que por dispersas palavras…