O que nos leva a ter essa noção ou consciência colectiva de povo, de nação? Quais os factos ou os mitos que nos enformam? Qual a relevância do indivíduo ou do acto isolado nesta construção colectiva? O que nos une, afinal, perante tanta aparente diversidade de sentires e de saberes?
Mais do que muitas as interrogações que nos foram suscitadas pelo desafio proposto por João Paulo Oliveira e Costa, historiador, investigador e autor já de farto espólio literário, e a que deu abundantes, ilustradas e polémicas respostas, percorrendo os caminhos da nossa História.  

Após o costumeiro momento de boas vindas aos presentes e sucinta apresentação do nosso convidado…
… foi-lhe dada a palavra, tendo este tido artes de nos prender a atenção…  
… através de um discurso fluido, inteligível e seguro, trilhando sem hesitações, para além daquelas que o bom senso de um investigador deve manter perante o progresso contínuo dos conhecimentos, os caminhos da nossa História.

Essa temperada humildade não lhe coarctou, entretanto, o discurso assertivo e esclarecido, nem o claro fio condutor do mesmo…

… para uma plateia cativada e onde se podiam ver diversos «mestres do mesmo ofício» e, daí, de maior exigência relativamente aos conteúdos.

Plateia que brindou, depois, o nosso convidado, com diversas intervenções suscitadas pela sua apresentação e defesa do tema e que constituíram, também, grande apoio no sentido esclarecer ou aprofundar algumas das muitas estimulantes pistas que João Paulo Oliveira e Costa nos deixou. 

Após a dissertação do nosso convidado, teve lugar a participação interessada de quantos se aprestam e afoitam a dar o corpo ao manifesto nestas artes da poesia, exemplo inequívoco dessa diversidade que nos faz mais ricos e completos, afinal a circunstância que nunca deixou de estar presente em toda a sessão e que compõe essa estranha e desafiante arte de (se) ser português. 

A História como Memória Colectiva, tema oportuníssimo neste momento que vivemos, como esteio e marco dos passos que queremos dar, a caminho do futuro, para o qual tanto têm faltado janelas de esperança e que, creio bem não exagerar ao referir-vos, que foi brilhantemente tratado e desenvolvido pelo historiador e nosso convidado, João Paulo Oliveira e Costa.  
No final, teve lugar o «convívio de encerramento», como muito bem se lhe poderá chamar, oportunidade para esclarecimento de algumas outras dúvidas e troca de contactos que ajudam a expandir a arte do encontro, como é apanágio, cada vez mais intenso, destas nossas sessões.   
  

– Fotografias de Lídia Castro e de Lourdes Calmeiro