Com edição da Gradiva, a minha madrinha de escrevinhações e amiga de todas as horas, Ana Paula Guimarães, com a colaboração de Adérito Araújo, lançaram à vida nossa de cada dia um livro de «cumplicidades entre Literatura e Matemática», coisa, afinal e q.e.d., nada rara de ocorrer.  
Honrou-me a Ana Paula com a inclusão de um poema de minha autoria nesta deliciosa obra.
E eu fico-me, assim, grato e envaidecido… ou orgulhoso, se desta guisa preferirem alguns mais puristas. 
Dos autores da obra – de que vos recomendo leitura voluntáriamente obrigatória – respigo:
Ana Paula Guimarães, professora associada, doutorada em Estudos Portugueses, especialidade de Literatura Oral e Tadicional. Criou e dirige o Instituto de Estudos de Literatura Tradicional (IELT) da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas – Universidade Nova de Lisboa.
–  Adérito Araújo, doutorado em Matemática Aplicada, professor auxiliar no Departamento de Matemática da Faculdade d Ciências e Tecnologia da Univesidade de Coimbra. 
E, já agora, recomendo, também vivamente, a leitura de parte da apresentação feita
por Ana Paula Guimarães, conforme contracapa do livro:

E cá fica o meu (agora) imortalizado poema…

Um Poema de Contar

um poema
dois sentires
três pedacinhos do céu
quatro versos
cinco enredos
seis voltas que o mundo deu
sete mares
oito aventuras
nove caminhos correu
e dos dez que tu procuras
fica um que to dou eu

um de contar uma história
dois de cantiga de amigo
três ao hino dessa glória
de quatro sermos abrigo
cinco da mão estendida
seis do final de um soneto
sete cânticos à Vida
oito mais que te prometo
a nove vai este abraço
dos dez mais que te darei
por sabermos dar o passo
que tu sabes e que eu sei

um poema feito abraço
com sabor a bolo rei
dois braços com que eu enlaço
quem faça da Vida lei
contra o medo e o cansaço
três estandartes erguei
da liberdade entre todos
da igualdade também
e fraternidade a rodos
que todos tivemos Mãe

e no conto de mil cores
que são as cores deste mundo
livres iguais e fraternos
de saber largo e profundo
seremos talvez maiores
seremos – quem sabe? – eternos.

– Jorge Castro
5 de Dezembro de 2010