No «reinício da temporada», com a sala bem composta augurando um bom desenvolvimento da mesma, foi dado o habitual cumprimento de boas-vindas, com breve anúncio daquilo que a sessão nos traria.
E, deste feita, pudemos contar, logo a abrir, com o grupo coral Estrelas do Guadiana, que encheu aquela sala e os nossos espíritos …
… daquela sonoridade que nos estremece e, como diria o nosso amigo José Fanha, que nos faz sentir portugueses aqui.
Sons e vozes da terra, de sotaque deliciosamente empedernido, entoando aquelas modas em que vinte vozes se fazem um abraço…
… e que, contra todas as vicissitudes, a persistência e determinação de uns quantos – os melhores de nós! -, mantém viva e actuante, nessa estranha mas incontornável vontade de se preservar a identidade cultural que nos distingue e dá alento.
De seguida, lugar ao nosso convidado… que melhor será dizer aos nossos convidados, José de Matos-Cruz que nos chegou acompanhado por dois dos ilustradores da sua obra, Susana Resende e Daniel Maia.
Coube à nossa amiga Fernanda Frazão, da editora Apenas Livros, fazer a apresentação sumária, como é seu timbre, mas também bem humorada e motivadora, dos nossos convidados.
Depois, José de Matos-Cruz falou do que representa este seu projecto O Infante Portugal – que vai já no terceiro volume -, da sua génese aos percursos que ele pretende apontar, desbravando-os, também, a cada passo em que se desenvolve esta caminhada, percorrida de braço dado com uma infinidade de ilustradores de Banda Desenhada portugueses, que têm vindo a dar corpo ao manifesto que é esta estranha e misteriosa personagem.
A propósito do tema e de percursos vividos, percorremos também algum trajecto de vida do autor, ao longo da sua extensa actividade profissional, na Cinemateca Nacional, que se nos revelou tão interessante e curiosa como a sua faceta de autor.
Daniel Maia…
e Susana Resende
… trouxeram-nos as suas abordagens ao projecto, sublinhando a relevância para o mesmo das cumplicidades mutuamente desenvolvidas, a par de uma enorme liberdade criativa, que permite e favorece a interacção, com resultado final muito mais enriquecido, sem que cada um dos envolvidos incorra na perda de identidade, antes a reforçando no contexto de um projecto comum.
Como mera nota de rodapé, louvei eu também essa cumplicidade intergeracional, muito para além e bem mais coerente do que o fosso que por vezes se cultiva; cumplicidade logo mais traduzida em actos concretos onde passagem de testemunho e exercícios de partilha de olhares e de saberes não são expressões sem conteúdo.
Registou-se, também, interacção com quem assiste, numa prática de que sempre se faz apanágio neste nosso espaço, diluindo os «cantos da sala», pois a grande verdade é que todo e cada um tem sempre algo a fazer valer.
Terceira e última parte da sessão: lugar aos poemas e às vozes que os queiram trazer, inspirados ou não pela temática proposta, tentando retribuir aos convidados cada bom momento passado.
– Francisco José Lampreia, colega de estudos universitários de José de Matos-Cruz, reservou ao nosso convidado uma surpresa, com um forte abraço.
– Eduardo Martins
– Maria Francília Pinheiro
– … (lamento, mas não recolhemos o nome desta nóvel participante…)
– João Baptista Coelho
– Ana Freitas
– Rosário Freitas
– A costumeira sessão de autógrafos…
… muito convenientemente condimentada com o convívio com que sempre se encerra cada uma destas sessões e que, invariavelmente, proporcionam novos encontros ou velhos reencontros… Afinal, muito do sal que nos tempera esta vida.
– Fotografias de Lourdes Calmeiro e Lídia Castro
abraço, meu caro Jorge