Era o dia 10 de Fevereiro de 2012. Anoitecia.
Aqui, o projecto teve, como elemento aglutinador, estruturante e dinamizador, a determinação de Ana Freitas. Poemas entre amigos, poemas de mãos dadas com afectos e – como se quer – abertos à comunidade, que sabe e quer participar.
Maestrina nessa comunidade, verdadeiro santo e senha nessa actividade iniciática que a poesia também sabe ser, Ana Freitas replicou, criando, em Coruche e nas margens do rio Sorraia, uma noite de poemas em tudo igual tanto como diferente, daquelas em que nos temos encontrado aqui mais junto ao mar        
Congregou amizades e afeições poéticas; conjugou os do litoral com os do interior – para o que contou com Carlos Peres Feio a estabelecer as pontes de consistência necessária para a travessia airosa e para que a arte do encontro tivesse caminho aberto…    

Pelo caminho, as amizades, como é de bom tom e muito nosso, sentaram-se em volta de uma mesa, em lides com um caril de frango – obrigado, Graça! –  e muito jovial cavaqueira, temperando ânimos para o que havia de se seguir…

Postas, então, assim as coisas, chegou a hora para a partilha. Primeiro arranjos e desarranjos do lugar, constrangido de gente, onde tantos que não se conheciam descobriram ou inventaram lugares para novos conhecimentos… 

E tudo decorreu em esplêndida harmonia. Com lugar para todos e espaço para cada um. Onde dissemos o que apeteceu dizer e sobrou-nos tempo, sem constrangimentos e com toda aquela margem de excelente amadorismo, em que cada um teve artes de transportar a coisa amada. Pelos vistos e anunciado, em muitos casos, em estreia mundial absoluta. Ora ainda bem que há sempre uma primeira vez… 
– fotografias de Lourdes Calmeiro e de Jorge Castro –