Recorri ao texto do professor Domingos Morais que prefacia o mais recente duplo cd do CRAMOL para fazer a sua apresentação…
Depois, como sempre acontece nos espaços que estas magníficas vozes preenchem…
… foi proporcionada a todos os presentes uma viagem primordial, tendo como pano de fundo e pretexto a quadra natalícia…
… viagem essa pela qual nos é facultado o regresso aos ancestrais sabores e saberes de que a Mãe-Terra foi e deve continuar a ser a escola primeira…
Cânticos de trabalho, lúdicos, de adoração e de encantamento…
… algo assim de que cada um de nós terá já apenas uma noção imprecisa,
… mas que habita o nosso inconsciente colectivo…
… e que, graças a este precioso grupo de mulheres…
… de tempos a tempos se reacende e revive…
… mantendo viva essa ancestralidade que nos enriquece e que é, afinal, a nossa matriz, enquanto povo.
Com a inestimável colaboração da editora Apenas Livros, foi oferecido a cada uma das moçoilas, um «chouriço literário» que, para além de despertar inocentes sorrisos, representou, ainda assim, um singelo mas sentido tributo a tão empolgante cantoria.
Depois, Pedro Jardim falou-nos da sua homenagem, em forma de livro, a vivências de meninice alentejana na sua obra Crónicas do Avô Chico, com toda a lógica que o CRAMOL proporcionara ao tema.
Não faltaram, até, em jeitos de remate, uma modinhas à maneira, para aquecer o serão e as memórias.
De seguida, com o destaque merecido por tão notável empenho,
… os poetas sempre presentes e participativos – que tal é, por força deles, também a matriz maior destes encontros – …
.. trouxeram a todos o melhor de cada um…
… afoitando-se por esses caminhos, ora pedregosos, ora em mar de nuvens…
… de que a poesia é feita.
Por entre os primeiros passos dados…
… ou pelos caminhos já tantas vezes trilhados…
… surge-nos sempre o alento de partilhar as palavras que nos enformam…
… por conhecimentos antigos que se fazem novos, ou por aqueles mais recentes que, de súbito, nos parecem longevos…
… e que dão mais sentido a essa liminar circunstância de sermos humanos.
Rematou-se a sessão com as artes do encontro entre os presentes – quando há tanto desencontro nessa vida –, o que se vai tornando, também, habitual e parte não despicienda destas nossas Noites.
– fotografias de Lourdes Calmeiro
E cá deixo, para quem lamentavelmente não pôde estar presente, uma pequena mas sumarenta amostra daquilo que perdeu:
Por baixo da minha foto está escrito : " sempre presentes e paticipativos que tal é, por força deles…"
Fui logo procurar no dicionário esta nova palavra paticipativo e não encontrei. Mais aparentada apenas encontrei a palavra pático que significa – que se presta à devassidão, libertino, lascivo etc.
Oh poetas de todo o mundo! Que o Novo-Ano de 2012 nos mimosei com comentários mais fortunosos!
Afortunadamente a gralha quando nasce é para todos, tal como o Sol… se uns "r" fugiram à pa("r")ticipação, com outras neofitas formas verbais fomos "mimosei(dos)"…
Como diria o outro, "sans rancune" (não usei o verificador ortográfico em francês…)
Havia um que era o OK; mas um muito mais sagaz era o «Hawk-Eye»… Com este, ninguém podia andar distraído, que logo ele ferrava bicada. E havia de ser na parte exposta ou não, mas que estivesse mais a jeito.
Mas era, em todo o caso, um «Hawk-Eye» mimoso e, como tal, não havia parte, exposta ou não, que não lhe perdoasse.
Páticos, sim, houveramos de o ser todos. Se calhar, fugiu-me a gralha para a verdade…
;-)»
Quanto ao comentário do anónimo,está tudo dito, uma vez que anónimo…
Ai como lamento não poder ter estado presente nesta última sessão de "Noites com Poemas".
Se estar ausente do convívio da nossa tertúlia é mau, perder a actuação dos Cramol é ainda pior.
Encontrar-nos-emos no próximo ano, se Deus quiser.
Um Santo Natal para todos vós, com votos especiais de SAÚDE para 2012.
Abraços
Maria Francília