madrigal

Hoje trouxe, de um dos meus lugares diários de restauração, quase que uma flor em forma de comentário, quando me foi dito, perante um pedido meu mais intenso, qualquer coisa como «não me peça chorando o que lhe dou sorrindo»… Piegas, lamecha? E daí? Tenho os impostos em dia e não me consta que deva alguma coisa que não pague. E um madrigal cai sempre bem, qual seja a circunstância, mesmo em torno de uma pizza Tropical… 

não peça chorando
o que dou sorrindo
nem de vez em quando
nem se já estou indo

não vá embarcando
pelo lago infindo
mesmo lago brando
pôr de sol fugindo

seja assim andando
seja assim dormindo
jamais perturbando
algum sonho lindo

e nem mesmo quando
não há flor florindo
não peça chorando
o que dou sorrindo

– poema de Jorge Castro

mensagem de ano bem bom – nova crónica no blog Persuacção

Perante o arrazoado mais ou menos infame, mais ou menos balofo, vazio de conteúdo ou, até, mais ou menos idiota das ditas mensagens de natais e anos novos que vamos ouvindo nesta época, do tipo bolo-rei de terceira categoria, seco e pobre em frutos, por parte dos organismos oficiais, porque não a hei-de emitir também eu, cidadão português comum, classe média, europeu, ocidental, nem-Nato-nem-Pacto-de-Varsóvia – como se dizia –, nem anti, nem pró «economias emergentes» e sem convicção especial em salvadores providenciais mais ou menos embrulhados na neblina dos dias?
Ver crónica completa AQUI, com algumas sugestões ideais (digo eu…) para combater a «crise».

ano 2011, dia 1, mês Janeiro – sete anos de Sete Mares
… mais 15 dias em favor da Thita

Ali, muito provavelmente no ponto onde o arco-íris toca a terra, se encontre o tesouro que gostaria de poder entregar a cada um dos meus afectos… Para além de casas ou outras construções humanas necessárias à nossa afirmação e existência, que prevaleça a nossa comunhão com a terra, com os afectos, com tudo aquilo que, afinal, faz de nós o que nós somos – e queremos ser, no concerto do Universo!
Ao Pedro Mota e ao Rui Farinha, que me souberam provar porque somos pó de estrelas; à Thita, que me ofereceu este blog, espaço de liberdade; a todos vós que me honrais com a vossa companhia e cumplicidades – e sois tantos! – os meus desejos de um ano de 2011 pleno de felizes realizações e votos de que a malfadada e inventada «crise» – seja lá isso o que for… – recaia, em todo o seu esplendor, apenas sobre quantos a alimentaram e alimentam e dela vivem, contra os superiores interesses da Humanidade.
Ao Alexandre e à Inês que meteram pés ao caminho para me surpreenderem fazendo-me chegar, mão na mão, um dos filmes da minha vida que há longos anos porfiava encontrar – The Magic Christian, com Peter Sellers e Ringo Starr, que, a propósito, recomendo muito vivamente e que mantém a sua actualidade há distância de quase quarenta anos…
Porque a Vida continua e a nossa luta pela sobrevivência é soberana e o direito de cada um ao sonho nos deve conduzir à descoberta e à companhia do outro… para que 2011 seja, na verdade, um bom ano, de especiais colheitas.