A cor espraiada na paisagem. O irreal, o imaginário, a fantasia a criarem espaços na nossa mente, povoando-a de novos seres e novos enlaces que ajudam a dar livre curso à imaginação…     

Há medos que se transmutam; receios de fantasmagorias que se revelam aos nossos olhos com a cor dos sonhos e assumem o espírito do jogo do faz-de-conta …

… e o nosso imaginário voa mais alto, com o céu e o mundo povoados pelo impensável.
O próprio D. Quixote teria confirmado serem reais os seus «gigantes» inventados nos moinhos e outro crédito, porventura, se daria aos devaneios quixotescos. 
São colocadas outras estrelas nos céus e outros seres na terra contra o cinzento dos dias…
… e tudo ali, ao alcance da mão, aproximando adultos e crianças que dão livre curso à vontade de soltar o sorriso e o riso, em busca do espaço que é seu, de direito e por natureza. 
A envolvente da praia fluvial de Alcochete dá o seu precioso contributo à magia do momento…
… e quando a noite cai e a festa avança por ela dentro, já não há medos no ar, mas apenas a vertigem do encantamento e do fantástico, a estimular criatividades e desafios.
Fernando Curado Matos, apaixonado pela fotografia, lançou, também, para ajudar à festa, o seu especial «papagaio»: um livro onde nos retrata a sinfonia de cor, movimento e o renascer da meninice em cada um de nós, Papagaios pelos Ares (edição de autor). 
Lisboa, no horizonte, povoada das cores belíssimas de pôr-do-sol que daquela praia se podem desfrutar, talvez não saiba o que está a perder por desconhecer o que se vai passando mesmo à sua frente. E é pena…
… mas essa pena – por muita pena que tenhamos – ficará com ela. Por nós, demos por bem empregue o nosso tempo, que nos levou ao outro tempo em que sabíamos mais de nós. O tempo de brincar, de rir, de sonhar o possível e de viver o impossível. 
– Fotografias de Jorge Castro