Um evento miseravelmente rico foi o que tivemos na mais recente sessão das Noites com Poemas…

… com a sala bem preenchida, sem lugares sentados disponíveis… … e com o conforto de mutas amizades pesentes… Da alocução e apresentação iniciais, a cargo de quem tem a função de dinamizar…

… passou-se a palavra para Carlos Augusto Ribeiro, ilustrador do projecto e que nos contou como decorreu a sua génese… De seguida, Joaninha Duarte mostrou, bem ao vivo e a cores, como sói dizer-se, como se conta um conto, acrescentando-lhe um ponto e coreografias várias…

Ignacio Vilariño, o «parteiro» do projecto, não deixando créditos por mãos alheias na arte de fazer reviver um conto…

A audiênca participativa, colaborante, interessada e bem humorada.

… não lhe faltando motivos para que tal fosse estimulado…

Depois, as vozes que já são da casa, mas que trazem sempre outro maior conforto…

… e alegria, de cada vez que marcam presença.

E se o enlevo é o esperado, para quem vem de novo, a surpresa é sempre grande.

Depois, também como matriz destes encontros, o apelo às participações de quantos se afoitam a trazer-nos as palavras que enchem a alma e podem dar outro sentido à vida…

… o que, obviamente, a todos gratifica.

Contámos com participações várias…

… de gente nova, que ali está por vontade própria, no ensaio, ousado ou tímido, de novas artes da vida…

… o que não pode deixar de ser sublinhado e nos proporciona, a par de responsabilidades acrescidas, um gozo enorme…

… pela consciência de estarmos a contribuir para as tais pontes com que o futuro se constrói…

… no tempo presente, também pelos caminhos da poesia – com recursos tecnológicos que nem são avessos à modernidade, pois cada um deve escolher os seus caminhos.

E chega ao ponto de um professor assumir o mérito de também acolher lições dos seus alunos, numa partilha que é criativa e inspiradora.

No círculo do eterno retorno, assistentes e convidados vão-se revezando na partilha de palavras e experiências, «segredo» desvendado da afluência a estes nossos encontros…

… onde a diversidade campeia e se assume não como factor de divergência…

… mas de mútuo enriquecimento.

Sem idade, pois que cada um traz de si o que a vida, mais ou menos extensa, mais ou menos intensa a sua vivência, o impele a partilhar, integrando e integrando-se na comunidade…

… e sedimentando outras lógicas relacionais que nos andam arredias, mas que é cada vez mais urgente restabelecer.

E, assim, a resultante necessária, o corolário evidente: talvez não a felicidade, mas a oportunidade imperdível de se criar um momento feliz.

A Ti Miséria, com quadras minhas e ilustrações do Carlos Augusto Ribeiro, o livro-folheto, desdobrável, comunhão de vontades e de saberes, exemplo palpável do que ficou dito e que o IELT – Instituto e Estudos de Literatura Tradicional apadrinhou, desapareceu num ápice…

– Fotografias de Lídia Castro e Lourdes Cameiro.