Sou, muito honradamente, de há para cima de cinco anos, colaborador do blog A Funda São, espaço de liberdade e brejeirice onde, por muito que possa causar estranheza a almas pudicas, invariavelmente deparei com uma belo número de compinchas, de cabeça arejada, que trocam uma boa gargalhada por mil amarguras da vida e cuja abordagem à «coisa sexual» não dá guarida a teias de aranha nem a preconceitos idiotas que, obstinadamente, insistem em permanecer na cabeça de muito boa gente.
Ora, a cada passo, assiste-se à pretensão censória da administração do Blogger, que julgará, com os seus botões e a sua incapacidade para encarar a Vida, que lhe compete vir, em carga de cavalaria – mais parecendo de asnos, embora – defender a moral e os bons costumes, cancelando o acesso a este blog.

Apesar dos cuidados de alerta para os conteúdos que SEMPRE se pré-apresentam a quem quiser nele entrar e apesar, também, de reiterados pedidos de desculpa e reposição da normalidade que invariavelmente nas vezes anteriores ocorreram, uma vez mais aquilo a que Junqueiro chamaria a récua fradesca acordou de algum sono mal dormido e – zás! – vá de lançar o seu pudico manto negro sobre as «desvergonhas» do mundo, consubstanciadas no blog A Funda São…A sanha inquisitorial permanece no século XXI, é a triste conclusão óbvia. Alguém irá, agora, calcorrear Seca e Meca para que a tal normalidade seja reposta, outra vez com pedidos de desculpa.Entretanto, pornograficamente, a guerra e a fome vão matando, impavidamente, em todo o mundo, por acção do Homem, sem que estes tristes censores lhes descubram razões mais interessantes e mais dignas para a sua sanha de salvar a Humanidade, impedindo ou contrariando essas poucas-vergonhas. Perdoai-lhes, meu Deus, por saberem tão mal (?) o que andam a fazer! Se não for coisa enquadrável na teoria da conspiração, então poderá ser só um caso agudo de estupidez incurável, ainda que institucionalizada. Preocupante… Pequenas coisas, dirão alguns com assumido cinismo. Pois sim, daquelas pequenas coisas com que se favorecem grandes desgraças. E a liberdade de expressão, mesmo que da ínfima dimensão do átomo, ainda assim é coisa sem medida.