Talvez não valha de muito chorar sobre leites derramados. Mas interessa, com certeza, denunciar a mentira e a hipocrisia dos mandantes, a que se alia o carneirismo dos mandados – este sustentado pela ignorância ou pelo «deixa-andar» de inconscientes comodismos, ingredientes do caldo de cultura em que andamos todos atolados. E nem se me dá de laranjas ou de rosas.

Se não for pela memória dos mortos, que seja pela dignificação dos vivos.

Jardim sairá vencedor de mais esta jogada, como sempre, agora ajudado pela complacência criada face ao horror do desastre. Mas interessa saber que o anúncio da desgraça estava feito pelos tais académicos que ele tanto rebaixa, sem aparente contradição, pois que a esta gentinha – fala-se de Jardins e quejandos, claro – o saber sempre incomoda e sempre, também, arranjam artes e manhas de criar convenientes acólitos, especializados em anestesias de opinião.

Como primeiro responsável por aquela região de Portugal, sobre ele recaem as responsabilidades todas de ter sabido e ter ignorado os avisos com aquela sobranceria bacoca e aldrabona que lhe é conhecida e que, agora, após os factos consumados, quer fazer reverter sobre tudo e sobre todos – quem sabe sobre as próprias divindades que regulam as tormentas…

De resto, tudo é óbvio e cristalino. Lá, como cá, não se trata daquilo que está à frente dos olhos, mas apenas de quanto esteja por baixo dos interesses.
Vemos, ouvimos e lemos. Não podemos ignorar. Vejam os vídeos: