adeus Mãe nós cá ficamos
entre a mágoa e o desengano
longe de ti perto estamos
no legado quase insano
de ser em frente que vamos
do teu sangue transmontano

tivemos pressa à chegada
entre as dores de algum gemido
corremos à desfilada
tanta vez sem ter vivido
numa pressa dando em nada
de quanto se houvera querido

e um dia chegada a hora
que se entenda de partida
deixaremos quanto agora
nos parece sem medida
peito aberto estrada fora
percorrida a nossa Vida

vamos então que ao ficar
de nada serve consolo
da vida fique o amar
mesmo o amar como um tolo
mas ter – Mãe – sentido estar
no conforto do teu colo.

– Jorge Castro