eu nunca sei ao que venho
quanto ao mar carga serei
sei que me sobra em empenho
quanto sei que falta ao rei
sei de tanto que não sei
não sendo em Restelo Velho
que nem sei eu quem verei
ao ver-me nalgum espelho
e lanço ao chão o joelho
por ter de amigos distância
pois tanto vale um conselho
num mar feito de inconstância
ou ter em mim esta ânsia
velem por mim que eu por vós
velarei em circunstância
qualquer que seja e por nós.
– fotografia e poema de Jorge Castro