Dizem-me, agora, que Isabel Alçada anuncia curricularmente um mestrado que é, afinal, um «masters» de dois mesitos, frequentado nos States, mas invocado como mestrado para consumo da indigência interna…
Tremendo, isto de alguém vir sentenciar que não será credível a ministra ajuizar sobre um mestrado qualquer, quando assim esgrime um seu «masters» a fazer de conta que é mestrado.
E lá se irá – a ser verdade – mais um crédito por água abaixo… Ah, esta mania dos títulos académicos, que tanto faz sofrer o novo-rico!
Nunca nada, em Portugal, é o que parece ou se anuncia. É, lamentável e recorrentemente, o triunfo da aldrabice, da pulhice, ou da esperteza saloia que campeiam impunemente.
Que treta de «cozinhado» andamos para aqui a condimentar para os nossos filhos!
Mas, afinal, digam-me cá: é mesmo verdade, isto? Ou não passa de boataria invejosa?
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A propósito de uma oprtuna chamada de atenção que me é feita sobre a eventualidade de, através de um comentário do teor acima, estar também eu a dar eco àquilo que eco, porventura, não terá… eu direi que, sim, isso é verdade e o efeito pode ser, ele também, pernicioso para o «desidério nacional».
Ocorre, apenas, que se espera das figuras públicas uma impoluta postura de verdade curricular, mormente no que diga respeito a algo tão elementar como sejam as respectivas habilitações académicas.
Não me repugna, minimamente, que um varredor de ruas, ontem, venha a ser, hoje, ministro de uma administração interna, por exemplo. Haja mérito reconhecido, obra feita… e o tal currículo impoluto.
Mas é conhecido, em contraponto, o fascínio que o «canudo» exerce sobre os mal-formados do nosso quotidiano, como expressão (ou impressão) de poder, instrumento sem o qual se sentem incapazes de o exercer, por uma lógica social doentia e distorcida de que são mentores e subservientes.
Claro que o poder tem mais a fazer do que andar a correr atrás de boatos para os desmentir. Mas, perante os factos enunciados – de fácil desmontagem se não corresponderem à verdade – talvez fosse boa prática – democrática, civilizada, exemplar… – que um Ministério como o da Educação emitisse adequado desmentido oficial… devidamente factual, reservando-se o legítimo direito de penalizar os boateiros.
A sua ausência incomoda a minha cidadania.
Portugal precisa de ar e de claridade.